Posso enxergar a educação como um luxo?

Quem nunca acordou e disse: “hoje, eu vou me dar ao luxo de comprar aquilo que estou desejando há dias!” Isso que chamamos de “se dar ao luxo” nada mais é do que uma resposta do nosso cérebro aos nossos desejos, que, quando reprimidos, geram um sofrimento, e, quando realizados, geram satisfação.

A etimologia da palavra “luxo” tem origem no latim. “Lux” significa “grandeza”, “luz”, aquilo que “ilumina”, “brilha”, que é “magnífico”. Os romanos utilizavam a palavra como forma de evidenciar grandes conquistas, aquisições e edificações. No entanto, hoje, ao fazermos uma breve pesquisa na internet, os resultados para essa palavra a definem como: “maneira de viver caracterizada pelo gosto da ostentação, por despesas excessivas, pela procura de comodidades caras e supérfluas.” Nesse sentido, é muito comum vivermos um grande dilema entre o que é luxo (“lux”) e o que é supérfluo.

Ao realizar seu planejamento financeiro, a educação pode se encaixar em alguma dessas características? Especialistas em economia e planejamento financeiro afirmam que, no mínimo, 15% da renda familiar deve ser investida em educação.

Uma educação de qualidade gera despesas, que não devem ser vistas como luxo, no sentido atual; mas, sim, como um luxo no sentido original da palavra. Um futuro de qualidade vem de uma educação de qualidade. Quando olhamos a educação como um luxo, no incorreto estereótipo da atualidade, entramos em um estado de escassez, que é a ausência de algo que seja de extrema importância. Aquele que é escasso, enxerga a educação como uma simples despesa, enquanto ela deve ser vista como um grande investimento, uma grande lux, como chamavam os antigos romanos.

A educação é um retorno e uma conquista que ninguém irá tirar de você ou de sua família. A educação é a maior riqueza e herança que um pai e uma mãe podem deixar para seus filhos. O maior legado.

*Matéria originalmente publicada na edição #257 da revista TOPVIEW.