SELF COMPORTAMENTO

Para ter felicidade em 2017

Será que podemos influenciar nosso bem-estar apenas com atitudes e pensamento positivo? Fomos em busca de respostas

Três pessoas estão diante da forte recessão na qual o Brasil mergulhou. Uma delas está em depressão. A segunda parece sob controle, mas adoece com frequência. A terceira permanece calma. A diferença no comportamento delas é a avaliação interna que fazem desse momento estressante. Segundo estudiosos da relação entre psicologia e biologia, a questão não é o estresse, mas a resposta que se dá a ele.

É natural que num momento como esse muitas pessoas procurem não só respostas, mas um propósito que as faça continuar acordando todos os dias e acreditando que suas vidas irão melhorar. Durante o 1º Congresso Internacional da Felicidade, uma iniciativa da Escola Brasileira de Ciências Holísticas, em novembro, cinco grandes nomes da Ciência, Espiritualidade e Biopsicologia (termo usado por cientistas para definir o estudo científico da biologia do comportamento e dos processos mentais) palestraram e conversaram com a Top View sobre como rumar para 2017 com expectativas mais positivas e – por que não? – mais feliz.

Compilamos ideias para um caminho em direção à felicidade após ouvir Sri Prem Baba (guru brasileiro que conquistou seguidores em todo planeta), Amit Goswami (indiano PhD em Física Quântica, autor de obras que estabelecem a relação entre ciência e espiritualidade), Susan Andrews (psicóloga e antropóloga formada em Harvard e autora de livros sobre a ciência que estuda a felicidade), Susane Garrido (neurocientista gaúcha que estuda a conexão mente/cérebro e corpo) e Domenico de Masi (autor do best-seller O Ócio Criativo, sobre felicidade no trabalho).

1. Não se julgue vítima

Quando num relacionamento você sente que não é mais amado, você deixa de ser feliz e abandona seu comprometimento com você mesmo? Sua felicidade, afinal, se resume a essa condição? Sustentar a história de que os outros são os culpados pelo que acontece com você é viciante pois nos tira o peso da responsabilidade. Enquanto você se vê vítima indefesa de tudo o que acontece, você já está fadado ao fracasso.

2. Fuja de jogos de acusações

“É muito boa a sensação de que o outro esteja errado e você certo. Seu corpo se torna quimicamente dependente desse sofrimento a ponto de você ficar cego sobre a possibilidade da sua responsabilidade no conflito. Se recolha e repense”, diz Sri Prem Baba.

3. Aprenda com os outros

Considerar e aprender com as experiências dos outros expande a sua consciência, faz evoluir como ser humano, aumenta sua capacidade de amar e consequentemente provoca felicidade nas pessoas.

4. Tenha um propósito

Como atingir o bem-estar sem ser derrubado pela dor nesse caminho? Dando significado ao que se faz, ou seja, 
tendo um objetivo maior de vida. Quando alinhamos nossas ações a um objetivo, ganhamos energia e resiliência para enfrentar os momentos difíceis.  Analisando pragmaticamente, num jogo de futebol no fim de semana, por exemplo, há dor. Por que se aguenta essa dor? Porque há certeza de que aquele esforço terá um significado: um resultado prazeroso e rápido. Pode ser assim com a vida.

5. Renuncie à reclamação  

Você reclama todo dia até do tempo e do elevador demorado? Pare de se identificar com o remoer, querendo sempre arrumar uma briga. Mais uma vez, a química do sofrimento é viciante para o corpo e coloca você num círculo infeliz sem fim.

6. Abandone os estereótipos

Um mundo mais humanizado é mais feliz porque as pessoas se compreendem, se respeitam e se apoiam. E isso acontece quando você abre sua consciência para conhecer o outro e abandona a ignorância da criação de estereótipos e preconceitos.

7. Busque referências

Segundo Domenico de Masi, a sociedade atual está sem modelos de referência e, por isso, inquieta e infeliz.  Depois de uma sequência de grandes rupturas e novas ideias (Freud trouxe novos rumos à psicologia, assim como Einstein à física, como Picasso às artes, Le Corbusier à arquitetura), nossa sociedade materialista está sem referências inspiradoras que mudem a ideia de que só se consegue viver bem quando se tem muitos bens materiais.

8. Torne-se consciente da sua capacidade

É o conselho que Domenico dá ao Brasil, que, para ele está com a auto-estima em baixa. “Vocês têm que se tornar conscientes da capacidade dos brasileiros. Foi assim que Florença prosperou no Renascimento”, diz.

9.  Rume para o ócio criativo

“O trabalho tem sido fonte de infelicidade para gente no mundo inteiro”, diz Domenico. A resposta a esse peso seria ter como meta o ócio criativo. Sabe quando finalmente se encontra trabalho, aprendizado, diversão e significado (o bem do outro) na mesma fonte? Pois essa junção é o ócio criativo. É o motivo pelo qual você acordaria feliz todas as manhãs. É o ofício que se realiza sem o peso hoje atribuído à palavra “trabalho”

10. Cuide dos outros também


É mais feliz, segundo a ciência hedônica (termo que denota a pesquisa científica quanto às fontes da felicidade humana), aquele cuja mente está fixada no desenvolvimento da humanidade, porque isso provoca o conforto de se ter uma conexão com algo maior, com algum sentido. Na atividade de visar o outro, normalmente uma pessoa encontra pequenos momentos de superação, solidariedade, inspiração e… felicidade.

11. Provoque conexões positivas com as pessoas

O capacidade de “identificar” as emoções das pessoas aumenta as 
possibilidades para o amor – definidas como micromomentos de 
ressonância de positividade. Mas para provocar essas conexões é 
preciso fazer contato visual com o outro. Outra chave para isso é o sorriso.

12. Provoque a produção de ocitocina

Conhecida como “hormônio do amor”, ela é capaz de criar sensações reconfortantes. É liberada durante o parto, o sexo, 
as atividades com boas intenções e até mesmo durante um 
abraço caloroso. É um antídoto contra o cortisol, hormônio liberado em momentos de estresse e que, em excesso, é tóxico para o organismo.

1 comentário em “Para ter felicidade em 2017”

  1. Amei a matéria (não comente pq fiz parte do congresso), mas pela capacidade do editor de sintetizar, de forma simples, o que faz e fará a diferença “feliz” da vida que temos e da que podemos ter. Susane Garrido

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