Calendário infantil de vacinas deve ser respeitado mesmo na pandemia, alertam pediatras
Não são poucas as dúvidas sobre as medidas de distanciamento social promovidas durante a pandemia de Covid-19. Consultas de rotina e cirurgias eletivas, por exemplo, vem sendo adiadas devido ao risco de contaminação. E nesse contexto surge uma dúvida importante em famílias com crianças pequenas: o calendário de vacinação deve ser considerado essencial nesse momento? Qual risco é maior, sair de casa para vacinar ou atrasar essa vacinação por um tempo?
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) defende que o calendário vacinal seja mantido mesmo durante a pandemia. A entidade explica que o não comparecimento das crianças aos postos de vacinação nas datas recomendadas pode colocar a saúde de todos em risco, especialmente em relação a outras doenças como sarampo, febre amarela e coqueluche.
A pediatra Fabiana Barbosa Ferreira, do Plunes Centro Médico, de Curitiba, concorda que não vacinar pode oferecer mais risco à saúde dos pequenos. “O calendário deve ser respeitado. Para isso, a SBP sugere medidas de segurança, como horários diferenciados nas unidades de saúde e a aplicação do maior número de vacinas possível na mesma visita, sempre respeitando o intervalo mínimo entre as doses”, explica. Medidas como uso de máscaras – exceto para crianças menores de dois anos – e uso do álcool em gel devem ser mantidas durante todo o trajeto e a permanência no local de vacinação.
Segundo a pediatra, o mais importante é respeitar os prazos de cada vacina. “Os intervalos mínimos devem ser respeitados. Por sua vez, o atraso impacta na eficácia da vacina, que será cada vez menor se faltar alguma das doses. Por isso é importante respeitar o calendário”, afirma.
Outra opção para aqueles que podem arcar com os custos é a vacinação domiciliar, medida que tem o aval da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e é oferecida por diversas empresas privadas. “A vacinação em casa é mais segura, com certeza”, opina Fabiana.
Em relação a reações adversas que possam ser causadas pela vacinação em crianças eventualmente contagiadas pela Covid-19, ela explica que não há evidências sobre a interação entre o novo coronavírus e a resposta imune das vacinas do Calendário Oficial. “Como acontece com todas as crianças em vigência de alguma infecção, casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 só receberão as vacinas do calendário oficial após a resolução completa de sintomas ou após o período de isolamento de 14 dias”, finaliza a médica.