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Botox também ajuda pacientes com paralisia

Sabia que o botox, ou melhor, a toxina botulínica, vai além dos tratamentos estéticos?

Em pacientes que se recuperam de um AVC, paralisias, traumatismo craniano, entre outras ocorrências, os movimentos acabam muito prejudicados, e entre as sequelas está a perda de força. O uso terapêutico do botox atua entre o músculo e as terminações nervosas, que passam a enviar menos informações ao músculo, ou seja, ele fica mais relaxado.

O tratamento é indicado para pacientes que sofrem com espasticidade muscular. Após a aplicação, o terapeuta ocupacional trabalha para que a pessoa recupere o máximo de movimentos e ganhe força nas atividades diárias. “Observo uma melhora de movimentos dos membros afetados, facilitando assim as atividades de vida diária, como segurar um copo ou uma faca, entre outras atividades. É muito gratificante acompanhar a evolução e autonomia dos pacientes”, conta a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk, que tem experiência de 30 anos no ramo.

Leia abaixo o depoimento da paciente Bia Moraes, que sofreu um AVC isquêmico em 2017, aos 52 anos.
“Após duas noites na UTI e três noites no quarto do hospital, soube que se tratava de um AVC extenso. Voltei a falar, saí da cadeira de rodas e voltei a andar graças à fisioterapia e fonoaudiologia. Faço também terapia ocupacional em casa, duas vezes por semana. Mexo a perna e os pés 70% e uso uma bengala quando saio de casa. O braço direito eu não mexia nada. Aos poucos, estou recuperando os movimentos de ombros e cotovelos. O punho e a mão são mais difíceis, mas não desisto nunca, graças à minha terapeuta ocupacional, especializada em mãos, e às minhas fisioterapeutas.

Também me ajudam muito as aplicações de botox, que faço a cada cinco meses com neurologista. Com isso, consegui fazer a extensão dos dedos da mão, do cotovelo e do ombro. No início, também, do joelho e do pé. O botox ajuda muito a vencer a espasticidade, uma sequela de quem teve AVC. É como se dentro do músculo tivesse umas cordinhas, ou elásticos, que repuxam muito. O botox ajuda a vencer isso. A mão, por exemplo, fica muito fechada sem botox.
Hoje tomo banho sozinha, faço muita coisa sozinha. Agora mexo nas plantas, rego, corto etc., mas ainda pretendo voltar a nadar e dançar. Andar a cavalo eu já consigo, e mergulhar também – um pouquinho. Preciso de ajuda só para montar e desmontar; o resto me viro sozinha. São as três coisas que eu amo: montar um cavalo, nadar e mergulhar, e dançar.”

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