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As vantagens da fertilização in vitro no tratamento da síndrome do ovário policístico

Saiba como a técnica de reprodução assistida pode ajudar as pacientes com diagnóstico de SOP que desejam ser mães

Comum às mulheres em idade reprodutiva e a causa mais frequente de infertilidade por anovulação (ausência de ovulação), a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é um distúrbio hormonal caracterizado pelo aumento na produção de androgênios, que embora seja o principal hormônio masculino, é produzido em pequenas quantidades pelos ovários. 

De acordo com o médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Selmo Geber, como a anovulação pode ser tratada com a estimulação ovariana, que é uma das etapas da Fertilização In Vitro (FIV), a técnica de reprodução assistida se tornou uma importante aliada no tratamento da doença em mulheres que desejam ser mães. “A FIV é particularmente indicada para mulheres com SOP acima de 36 anos, quando a reserva ovariana já está mais baixa, quando existe alteração no sêmen, quando as tubas estão obstruídas ou quando não houve sucesso em tratamentos anteriores”, explica.

Antes de mais nada, o médico afirma que é preciso entender como a SOP atinge o organismo. “Os ovários são as glândulas do sistema reprodutor feminino e são responsáveis pelo armazenamento dos folículos, bolsas que contém os óvulos e, pela produção dos hormônios sexuais (progesterona, estrogênio), que atuam no desenvolvimento de características corporais e no processo reprodutivo.  Todos os meses, durante o ciclo menstrual, diversos folículos são estimulados pela ação do hormônio folículo-estimulante (FSH), um deles se torna dominante, rompe liberando o óvulo (ovulação), processo que conta com o hormônio luteinizante (LH) como gatilho”, esclarece Geber. 

Segundo o médico, o estrogênio também age durante o período, tornando o endométrio – camada que reveste internamente o útero- mais espesso para abrigar o embrião: nele ocorre a nidação, ou implantação do embrião. 

“Na última fase do ciclo menstrual o folículo, que antes abrigava o óvulo e se rompeu, se transforma em corpo lúteo, que tem como função a liberação de progesterona, hormônio que finaliza o preparo do endométrio”.

Ainda segundo o médico, esse desequilíbrio hormonal característico da SOP resulta em irregularidades menstruais, como ciclos mais longos do que o normal, com maior ou menor quantidade de fluxo menstrual ou ausência de menstruação (amenorreia). 

O hiperandrogenismo – excesso de androgênios – surge como consequência do processo fisiopatológico da doença, resultando em hirsutismo – que é o crescimento anormal de pelos em locais pouco comuns, como seios ou face e alopecia, – presença de acne e perda temporária de cabelo. 

Geber alerta que a SOP pode levar à piora na qualidade de vida e pode estar associada à obesidade, problemas cardiovasculares e diabetes. “A obesidade pode resultar em resistência à insulina (RI), um dos fatores desencadeadores da doença, até o momento sem causas específicas definidas, podendo dificultar o desenvolvimento dos folículos, causando, da mesma forma, disfunção na ovulação e o hiperandrogenismo”.  A hereditariedade também está entre os fatores de risco. Diferentes estudos observaram que há maior incidência de SOP em mulheres com casos relatados na família.

Existem dois tipos de tratamentos para a síndrome: o uso de anticoncepcionais, recomendado para pacientes que não têm o desejo de engravidar no curto prazo e estimulação ovariana associada ou não à a FIV, que é indicada para o tratamento de casais que desejam ter filhos. “Em todas as técnicas de reprodução assistida acontece a estimulação ovariana, mas a taxa de sucesso é maior na FIV”, finaliza Geber.

Qual a taxa de sucesso da FIV em casos de SOP?

A FIV, ou fertilização in vitro é a principal técnica de reprodução assistida, que prevê a fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório, isto é, in vitro, seguido da transferência dos embriões, que resultam desse processo, para o útero materno.  O tratamento é realizado em cinco diferentes etapas, a fecundação e a transferência embrionária estão entre elas. 

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela técnica são bastante expressivos: em média 50% a cada ciclo de realização do tratamento em mulheres com até 35 anos. A partir dessa idade as chances começam a diminuir.

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