Artigo: O que o coronavírus mudou em Nova York
Em janeiro, mudei para Nova York após ter sido aceito em uma das principais universidades do mundo, a Columbia University. Além de buscar por mais conhecimento, meu objetivo era sair da minha zona de conforto. Passados três meses da minha mudança, explodiu o coronavírus. A minha universidade, em função disto, aderiu as aulas online e então decidi voltar ao Brasil e ficar todo o período de turbulência ao lado de minha família.
Durante os meses que vivi em Nova York, pude conhecer o jeito americano de viver e trabalhar, mas, infelizmente, também pude assistir a cidade atingir o caos. A principal capital do mundo, que pulsava trabalho 24 horas por dia, parou. Algo nunca pensado para um local conhecido por “não dormir nunca”. O clima foi ficando, cada vez, mais deprimente.
Hoje, com mais de 15 mil mortos, Nova York é uma das cidades mais devastadas pela Covid-19. Segundo especialistas, era inevitável que ela se tornasse o epicentro da pandemia nos Estados Unidos em função da densidade populacional, da grande utilização do transporte público e do fluxo constante de turistas.
Antes dessa crise global, para estudar em uma instituição dos EUA, era preciso estar no local de forma presencial, caso contrário, o estudante poderia perder o visto. Mas com o avanço da pandemia no mundo, o governo norte-americano flexibilizou o visto de estudantes para estrangeiros. E, essa mudança possibilitou que os matriculados estudassem à distância até a epidemia estar controlada.
É claro que o fato de não estar presencialmente nas aulas reduz a convivência com os outros estudantes que uma instituição como a Columbia oferece, mas a preservação da vida e a segurança das pessoas sempre devem vir em primeiro lugar.
A volta ao Brasil foi desafiante diante desse cenário de pandemia. Nos aeroportos o clima estava tenso, os valores das passagens inconstantes e as pessoas com um desespero no olhar.
Agora, o principal desafio que todo o mundo enfrenta é vencer esse vírus. E, no Brasil, além disso, temos ainda que nos preocuparmos em não regredimos, em garantir a saúde das pessoas e recuperar a economia. Em Minas Gerais, foi apresentado o programa “Minas Consciente”, que define uma estratégia gradual da retomada das atividades de alguns setores, preservando a saúde e a segurança.
Em tempos de vulnerabilidade, passos como esse ajudam na volta da normalidade. Outros países também já sinalizaram a volta de alguns serviços, claro, tomando os cuidados necessários de proteção.
A aposta para o futuro é que, com esse retorno da rotina em meio a esse caos que o mundo vem enfrentando, teremos condições de voltar a continuar evoluindo como sociedade, sem o receio de estar expostos a uma doença ainda sem tratamento.
*Escrito por Flávio Vinte, empreendedor e CEO da Vivaçúcar.