Artigo: Como evitar o esgotamento profissional?
Burnout tem sido uma preocupação cada vez mais frequente em termos de saúde mental relacionada ao trabalho. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a Síndrome de Burnout na lista da 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que passará a vigorar em janeiro de 2022, como um “fenômeno ocupacional”.
Apesar de ainda não ser considerada uma doença tal qual a depressão, ao inserir o Burnout na lista da CID-11 caracterizando como “problema associado ao emprego ou desemprego”, a OMS dá maior visibilidade a esse mal, reconhecendo o trabalho como um fator que influencia o estado de saúde do indivíduo.
Ou seja, a Síndrome de Burnout é uma condição de estafa mental estritamente ligada ao estresse, seja ele provocado pelo ambiente laboral ou em razão dele. Porém, as dimensões apontadas na descrição dão margem para diversos sintomas que apontam para o problema.
Saiba como a busca por equilíbrio e autoconhecimento é fundamental para evitar que o esgotamento profissional atrapalhe seu desempenho na carreira.
Burnout: prevenir é melhor que remediar!
Ficar cansado depois de uma semana intensa de trabalho é completamente normal. Assim também é com o estresse causado pela rotina atribulada e problemas rotineiros com os quais todos temos de lidar. No entanto, ignorar por completo essas sensações pode ser perigoso.
Dar atenção aos sinais da mente e do corpo, principalmente quando todo o cansaço e estresse parecem piorar no ambiente de trabalho, é fundamental para evitar que um problema ainda maior se instale. Repare como seu corpo reage ao chegar e ao sair do seu local de trabalho. Dores de cabeça, taquicardia, respiração mais ofegante… esses são alguns sinais físicos que podem apontar um nível de estafa que precisa ser controlado.
O desânimo para cumprir as tarefas, a falta de concentração e foco ou aquela vontade de desligar o despertador pela manhã e “matar o serviço” são fortes indícios de que algo não vai bem.
Equilíbrio emocional e saúde
Tnho em mente que algumas atividades são fundamentais para o meu equilíbrio emocional e saúde. Entre elas listo algumas:
1. Praticar atividade física com regularidade
Se nos primeiros anos abri mão de tudo para me dedicar à construção da empresa, nos últimos meses observei que viver sem a corrida, meu esporte favorito, custava um preço alto. Não ter o esporte em minha rotina comprometia minha sensação de felicidade.
2. Manter uma higiene do sono
Não posso deixar de citar o caso da famosa empresária Arianna Huffington, fundadora do site de notícias The Huffington Post. Em 2007, Arianna teve um desmaio, em casa, que ocasionou a quebra do seu maxilar. Após ser submetida a uma bateria de exames clínicos, descobriu que estava diante de um quadro de Burnout, após um longo período de privação do sono.
Das minhas 24 horas diárias, pelo menos 7 são destinadas ao sono, sim ou sim. Essa é uma regra entre meus hábitos. Com as horas de sono eu não brinco, ou o resultado será muito pior para minha saúde e também para a empresa.
Quando falo em higiene do sono, refiro-me a uma quantidade de pequenas práticas que permitem que o sono seja restaurador e eficiente para que o organismo se recupere. Entre elas cito alguns:
- evitar o consumo de cafeína após determinado horário do dia;
- controlar o consumo de bebidas alcoólicas;
- evitar alimentos muito pesados, ricos em gorduras ou muito processados após as 20h (eles podem causar má digestão e comprometer o sono);
- ter uma rotina relaxante e regular para dormir (eu costumo levar um livro para cama);
- evitar a exposição às luzes brilhantes de aparelhos eletrônicos meia hora antes de deitar.
3. Meditar
A meditação é uma atividade que auxilia na redução do hormônio do estresse em nosso organismo. Essa é uma das práticas mais recentes no meu cotidiano, veio depois de conhecer alguns psicólogos da Vittude que trabalham com a prática.
Meditar ajuda não somente a evitar o Burnout, como a ampliar o foco e atenção no momento presente, contribuindo para diminuir a ansiedade. É uma atividade que consome pouquíssimo tempo, mas que traz benefícios gigantescos. Normalmente utilizo o app Simple Habit, de meditação guiada e recentemente recebi a indicação do Insight Timer.
4. Não desmarcar compromissos com amigos e família
Entenda que ter momentos de lazer e convívio social é importante para manter a sanidade mental. Somos seres sociais, precisamos desfrutar da companhia de pessoas queridas para manter a vida equilibrada.
Quando estamos atribulados é comum desmarcarmos aquele barzinho com os amigos, o aniversário em família ou até mesmo deixar o date para outro momento. No entanto, sempre que deixamos essas atividades de lado comprometemos nossa capacidade de ter contato com o novo e sermos mais criativos também.
5. Cuidar com o uso excessivo do smartphone
Uma das estratégias que passei a adotar esse ano foi monitorar o tempo gasto no celular. Mensuro o uso pelo screen time e tento diariamente me policiar para não utilizar em demasia redes sociais, whatsapp e outros apps.
Junto com o hábito de dormir mais cedo, passei a seguir a dica de uma amiga e colocar um despertador às 21:30. Esse é o horário em que devo desligar qualquer dispositivo eletrônico, seja ele notebook, televisão ou smartphone.
Para finalizar, procuro não deixar o aparelho próximo da cama ou ao alcance das mãos ao deitar. O objetivo é justamente evitar que a primeira ação do dia seja justamente checar as redes sociais. Esse check das redes, que aparentemente parece inofensivo, por si só, é capaz de gerar ansiedade e até mesmo causar depressão.
*Escrito por Tatiana Pimenta, CEO e fundadora da Vittude.