A tradição do Thanksgiving
Em um certo Natal, quando eu era pequeno, recebi de amigos americanos de nossa família um livro sobre Thanksgiving. Abri o livro com curiosidade, mas sem entender seu significado. Ouvi então de meus pais que Thanksgiving era um dia de gratidão a Deus pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano. Gostei do significado e propus que adotássemos a tradição em nossa família.
Desde então, todos os anos, nos reunimos para jantar, seguindo a tradição americana, com peru, ervilhas, milho e batata, elementos que remetem à origem do Thanksgiving como o dia para se celebrar as colheitas do ano.
Antes do jantar começar, cada um lê em voz alta uma carta com seus agradecimentos e suas reflexões. A grande beleza desse momento é entender o que é marcante para o outro, um jeito singelo e sincero de entender nossos próximos.
A analogia dessa situação com o tema desta coluna que é o marketing, e o tema desta edição, que é “a família e a diversidade”, é a seguinte: o marketing funciona como um roteiro que a empresa deve seguir para ser bem-sucedida. Nele também usamos ferramentas para analisar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para uma empresa, como a chamada matriz Swot.
Curiosamente, o Jantar de Ação de Graças nos traz uma análise similar sobre nós mesmos. Ao escrever uma carta com as reflexões sobre o ano, estamos analisando nossas próprias forças e fraquezas e as oportunidades e ameaças que nos cercam. Mais do que isso, estamos entendendo a nossa própria identidade e a marca que, a partir de nossas ações, estamos deixando no mundo. Na empresa, nossa bússola é a razão. Já na família, é o coração.
*Coluna originalmente publicada na edição 231 da revista TOPVIEW.