“A gente não quer só comida. A gente quer comida, educação e arte”
Sim, comida e educação, caminham juntas. A arte de relacionar-se com as refeições de forma saudável, moderada e entendendo a linguagem do amor que há por trás delas também é uma forma de educar.
A alimentação, além de suprir a fome, é vista como uma fonte de prazer, principalmente no universo infantil. Mas, sem a educação, ela pode trazer alguns riscos, como a alimentação excessiva, que, muitas vezes, está associada à ansiedade ou a outros distúrbios emocionais.
Segundo a OMS, a obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial e as perspectivas futuras não são nada boas. O número de crianças com sobrepeso no mundo pode chegar a 75 milhões até 2025, dos quais cerca de 11 milhões estão no Brasil.
Essa problemática não tem a ver apenas com o peso em si, mas com todo o impacto na saúde física, emocional e social da criança.
No mundo contemporâneo, observamos um número maior de pessoas preocupadas com a qualidade dos alimentos ingeridos, no entanto, essa prática ainda é restrita a um grupo mais privilegiado e consciente. E, como sabemos, os hábitos que vão nortear toda a vida são principalmente estabelecidos e condicionados já na infância. Por isso, é necessário esse olhar mais apurado das instituições escolares, trazendo para si uma responsabilidade maior em educar também nesse aspecto.
A partir do momento em que a criança aprende a se relacionar com a comida de forma saudável, ela estende essa experiência para o ambiente familiar, assim como para a sociedade.
Nesse sentido, está mais do que na hora do setor da educação “ter fome” de evolução e consciência, movimentando-se nesse importante esforço para o desenvolvimento integral dos alunos, ensinando não só matérias que compõem o currículo escolar como, também, hábitos saudáveis de alimentação. Gerindo assim a mente, o corpo e as emoções.
*Coluna originalmente publicada na edição #253 da revista TOPVIEW.