Vem aí uma nova forma de investir em ações das maiores empresas do mundo
Ter uma carteira com exposição no mercado global de ações sem sair do Brasil ainda não é uma realidade para todos: somente investidores qualificados – que investem mais de R$1 milhão – têm acesso aos papéis atrelados as ações negociadas no exterior. No entanto, a partir de 1º de novembro, ficará mais fácil investir em ativos negociados em outras bolsas, já que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) projeta uma nova forma para que todos os brasileiros consigam aplicar seu capital no estrangeiro. Segundo o sócio da Allez Invest, Frederico Loss, a nova norma, que entraria em vigor no mês de setembro, mas, foi prorrogada para dois meses, permitirá a diversificação da carteira, uma liquidez maior a essa classe de ativos e, consequentemente, a diminuição do risco das modalidades escolhidas no Brasil.
Antes de saber como investir no exterior é necessário entender o que são os BDRs (Brazilian Depositary Receipts). “Um BDR é um recibo lastreado a uma ação de uma empresa estrangeira negociada la fora. Ou seja, é um certificado que representa uma ação negociada em outro país e disponível na Bolsa de Valores do Brasil, a B3. A sua grande vantagem é que o processo é muito menos burocrático. Através de um banco ou corretora brasileira, como a XP, o investidor consegue negociar sem precisar fazer remessa de câmbio”, detalha o especialista.
Quando se fala em investir fora do Brasil, a variação de câmbio pode ser um dos primeiros questionamentos para quem se interessa por essa modalidade. Frederico Loss explica que os ativos que sofrem variação do dólar trazem uma certa proteção ao investidor. “O dólar é descorrelacionado com a B3. Normalmente, nota-se que em dias que a Bolsa sobe, o dólar cai, e vice-versa.” Dessa forma, acaba diminuindo a volatilidade da carteira do cliente como um todo – sem, necessariamente, perder a rentabilidade.
Como investir nas principais Bolsas de Valores do mundo?
Após a ativação da CVM, qualquer investidor, independentemente da situação financeira no mercado, conseguirá comprar as BDR’s. Para começar a diversificar a sua carteira em mercado global, confira algumas dicas de Frederico Loss:
1) O primeiro ponto é entender qual é o seu perfil de investidor. O BDR é um recibo atrelado a uma ação, por isso, sofre com a volatilidade tanto da ação negociada lá fora, quanto do dólar. Dessa forma, não é recomendado a todos os investidores. “Nós [da Allez Invest] não recomendamos investidores conservadores colocarem BDR na carteira”;
2) Se o seu perfil de investidor aceita ativos mais voláteis, é a hora de ter a sua conta em uma corretora e estudar quais são as ações que podem compor o seu portfólio. “É importante que o investidor tenha afinidade com o segmento escolhido para o aporte, pois, assim como outros investimentos, requer constante acompanhamento”.
3) Para quem tem mais afinidade com o mercado financeiro, uma dica extra é abrir uma conta no exterior, e negociar a ação por lá – mas, é um processo mais burocrático.
A Allez Invest também atua na assessoria para investimentos estrangeiros e orienta seus clientes seguindo três formas, de acordo com Loss.
“Primeiro, temos a XP Investments, assim conseguimos trabalhar com o cliente que quer ter uma conta fora do Brasil. Outra forma, são os BDRs, nós temos algumas casas de análises, reconhecidas nacionalmente e que são nossas parceiras, e usamos seus relatórios para recomendações. A terceira forma, que é a mais utilizada por nós, são os fundos de investimentos, que aplicam 100% do capital no exterior. Existe uma diversidade de fundos, tanto em renda fixa, como de ações, com ou sem proteção cambial, tornando-se uma forma muito utilizada de diversificar a carteira do cliente.”
Aplicar ativos fora do Brasil com a taxa Selic em 2% ao ano se mostra uma opção cada vez mais interessante para os investidores que buscam diversificar sua carteira.
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