PPT 2019: Ativista social do Ano
É por meio da arte e da medicina que os nomes a seguir buscam mudar a realidade da população em situação de vulnerabilidade em Curitiba. Conheça a trajetória destes defensores sociais e transformadores de vidas.
PPT 2019: Ativista social do Ano
“Quando me visto de boneca, tudo é possível aos olhos das crianças”, conta Edilaine, que encanta e leva conhecimento e atividades educacionais a crianças em situação de vulnerabilidade social no Caximba em seu traje de Emília, personagem do Sítio do Pica-pau Amarelo. No final de 2018, o apresentador Luciano Hulk visitou a casa em que funciona a Biblioteca Amigos do Caximba. Não pôde fazer a reforma por razões burocráticas, mas deu visibilidade ao projeto. Mais de 200 crianças já participaram – e outras 400 estão na fila de espera. “Quando não tive ajuda nenhuma, me vi sozinha com três filhos. Então quis mostrar [para a comunidade] que eu poderia oferecer ao mundo o contrário: doei minha casa para receber crianças, idosos, gestantes… todos com carinho e amor.” O objetivo agora é ampliar o espaço.
“É a arte como ferramenta de expressão. De ocupação. De ressignificação. De pertencimento. De (re)começo”, sintetiza Kenni sobre seu trabalho. Por meio de oficinas de leitura e teatro, o ator possibilita a vivência da arte a adolescentes em situação de rua, acolhimento, privação de liberdade e vulnerabilidade social. Com as ações, pretende mudar a invisibilidade que sofrem e promover a autoestima – e o sonhar. Em 2019, realizou, com parcerias, o I Festival Artístico dos Lares Sociais de Curitiba e fundou a Trupe Periferia, com jovens de várias comunidades. Seu orgulho é ver “a periferia na plateia, consumindo arte. Muda o jovem, muda a família, muda a comunidade.”
Ricardo reencontrou sua essência quando, morando em Nova York, conheceu o terceiro setor e trabalhou como voluntário da BrazilFoundation. Hoje, de volta a Curitiba, é presidente nacional do projeto Médicos de Rua, que, há 16 meses, leva atendimento gratuito a pessoas em situação de rua em Curitiba. “Eu gosto de cuidar de gente”, sintetiza o médico e defensor do Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto já fez mais de 6 mil atendimentos sociais e 3,5 mil atendimentos médicos em Ponta Grossa e Curitiba, onde Ricardo ajudou a implantá-lo. O médico acredita que, por meio do cuidado com o outro, o mundo pode ser melhor.
CITADOS PELOS JURADOS
João Pedro Novochadlo, Carolina Scabora, Elyse Matos, Laila De Laguiche, James Marins, Michele Bravus, Jandira Tozone e Leticia Sera Castanho.
*Matéria originalmente publicada na edição 230 da revista TOPVIEW.