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De ollie em ollie, a Maitê chega lá

Com foco na medalha de ouro na Olimpíada de Paris 2024, a skatista curitibana de 12 anos já escreve sua história no esporte

Em 2021, o skate se tornou uma pauta mundial após a estreia do esporte nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Em
terras brasileiras, os olhos se voltaram para o skate após Rayssa Leal, de apenas 13 anos, ganhar a medalha de prata na categoria street.

No entanto, para muitos meninos e meninas, esse esporte está presente em suas vidas há muitos anos. Essa é a realidade de Maitê Demantova, curitibana de 12 anos integrante da Seleção Brasileira Júnior de Skate.

Dentro do Skate Park – modalidade em que a pista é oca e com uma série de curvas sinuosas – a atleta rouba a cena por questão do seu estilo – com óculos de armação grossa e saia –, sua espontaneidade e seu talento. Por conta do skate, ela conquistou muitas amizades por todo o Brasil e, também, uma bolsa de estudos no Colégio Católica de Curitiba.

À TOPVIEW, Maitê contou como começou no esporte, suas influências e, claro, sobre seus planos futuros.

Como você começou no esporte e com quantos anos?

Eu surfava com o meu pai quando tinha 6 anos e já ficava em pé na prancha. Nessa época, ele também andava de longboard – aquele skate de roda grande para andar só em áreas retas. Nisso, eu pedi para ele ver como é que
era, vi que levava jeito e gostei. Então, ele comprou um bananinha [skate menor, indicado para crianças que estão
começando]. Um dia, lá em Itajaí, teve um campeonato no Édem Praia Brava e encontrei muita gente que eu admirava do skate. Depois disso, falei: eu quero um skate para andar em pista. Meu pai comprou achando que a vontade ia passar rápido, mas eu comecei a fazer aulas com o Marcelo Kozak, um professor aqui de Curitiba e, depois disso, nunca mais parei.

O que o skate significa para você?

É o que eu mais gosto de fazer. A gente faz muita amizade, sempre está todo mundo junto, um torce pelo outro. Na verdade, não sei explicar a sensação do que é andar de skate, mas é uma coisa muito boa.

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Quais são as suas inspirações?

Gosto muito das brasileiras, mas eu me inspiro mais nas japonesas, como a Sakura Yosozumi, e na britânica Sky Brown.

Você e muitas outras atletas têm ajudado a quebrar o preconceito de que skate não é esporte para mulheres. O que você tem a dizer para quem acha isso?

Que esse pensamento é muito antigo. As mulheres estão vindo com tudo, é só ver o exemplo da Rayssa [Leal], que foi para a Olimpíada e ganhou a medalha de prata.

Então, a pessoa não pode pensar assim. E o futuro? Sonha em participar da Olimpíada?

Eu quero chegar na Olimpíada, claro. Toda garota quer. E quero conseguir ganhar. Quero ser a melhor, na verdade. Mas sempre com as minhas amigas e torcendo uma pela outra. Eu quero levar o skate para a minha vida, viver do
skate.

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