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O poderoso da vez: grandes marcas de saúde e bem-estar

Mercado apresenta grande crescimento e potencial futuri

A busca por produtos e serviços associados ao bem-estar cresceu de tal forma que o segmento ganhou uma nova expressão no vocabulário mercadológico. O termo “economia do cuidado”, estabelecido pelo hub líder mundial em previsão de tendências Worth Global Style Network (WGSN), já está na mente dos consumidores e continuará em voga até 2024.

De acordo com a empresa, a indústria global de bem-estar vale US$ 5,3 bilhões e tem expectativa de crescimento anual entre 5 a 10%. Nesse sentido, destacam-se soluções que suprem demandas do cuidado físico e emocional dos consumi- dores. Quando se trata do posicionamento das marcas, espera-se, por parte de quem consome, que elas incentivem a busca por um estilo de vida mais equilibrado.

Relaxamento rápido e fácil

Espaço de massagem no spa Tereza Zanchi
Para se adaptar aos consumidores, a rede de spas Tereza Zanchi oferece terapias que vão de 30 minutos a quatro horas.

Tereza Zanchi acompanha esse mercado há pelo menos duas décadas. Massoterapeuta por formação, ela foi pioneira na criação de spas em shoppings e hotéis em Curitiba com a rede que leva o seu nome junto com sua sócia, Neusa Azevedo. O desenvolvimento de uma técnica inovadora de shiatsu relaxante que pode ser realizada em alguns minutos foi o que popularizou o serviço.

Hoje com 12 unidades espalhadas por Curitiba, Região Metropolitana e Brasília, Tereza percebe o crescimento da busca por bem-estar. “No início dos anos 2000, as pessoas viam massagem como algo mais caseiro. Nós trabalhamos para profissionalizar esse serviço, pensando em todos os detalhes”, afirma a profissional da saúde, que também adquiriu habilidades de empreendedora ao longo do tempo.

Durante a pandemia, os serviços oferecidos nos spas foram transferidos para a casa dos clientes, com toda a estrutura necessária, da maca aos uniformes das profissionais e lençóis descartáveis. A adaptação por conta da segurança resultou em boas práticas realizadas até hoje. Tereza considera a adaptação e a atualização como os segredos para quem busca se manter sólido no segmento. “Procuro entender cada vez mais o cliente, estudo e me atualizo sobre tudo”, completa.

As adaptações – e a importância de manter a essência na relação entre médico e paciente – também são de extrema importância para Rached Hajar Traya, diretor-presidente da Unimed Curitiba. Essa relação, inclusive, é o que fez da cooperativa ser a maior operadora de planos de saúde do Paraná e a segunda da Região Sul. São 52 anos de história da rede credenciada, que conta com 55 hospitais, 245 clínicas e 93 unidades laboratoriais.

O crescimento condiz com o levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que afirma que, no Brasil, o ano de 2022 foi finalizado com 50,5 milhões de beneficiários em planos de assistência médica, número que equivale à população da Espanha e é o maior desde 2014. Já os planos exclusivamente odontológicos registraram quase 31 milhões de beneficiários.

Do consumidor aos números

O economista Claudio Shimoyama defende que o avanço no setor de bem-estar é motivado pela mudança de hábitos dos consumidores. “Eles estão vendo o bem-estar de forma mais ampla, envolvendo saúde física, mental, espiritual e ambiental e a beleza”. O progresso nos números do setor aconteceu, principalmente, depois da epidemia – e chegou a uma alta de 20% no quarto trimestre de 2022, segundo o especialista.

Claudio destaca os jovens da Geração Z e os idosos como públicos potenciais desse mercado. Enquanto o primeiro grupo começa a consumir com uma preocupação ambiental acentuada, o segundo depende de mais assistência à saúde. O segredo para empresas que querem se manter relevantes está na reinvenção em tempo recorde. “É preciso ter espírito de startup e focar uma estratégia em longo prazo com sustentabilidade, olhando para o comercial, mas também para o bem do planeta”, finaliza.

Bem-estar em 2024

O perfil dos consumidores muda, assim como suas demandas por saúde e bem-estar. Estas são as tendências para essa indústria no próximo ano, segundo a WGSN.
• Produtos e dispositivos focados na longevidade e em cuidados preventivos. Nos Estados Unidos, um terço da população se interessa por dispositivos eletrônicos capazes de prever a expectativa de vida.
• Serviços para entrega de medicamentos e telemedicina. 70% dos Millennials dos Estados Unidos preferem ir à farmácia ou a redes de centros médicos do que realizarem consultas.
• Programas e tratamentos focados no combate ao estresse em mulheres. No mundo, 21% dos Millennials disseram ter ido a um retiro holístico no ano passado.

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