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Nádia Colhado: ela leva o basquete do Paraná ao mundo

Com 30 anos recém-completados, a paranaense de 1,94 m vive desde 2016 na Espanha e tem se destacado como integrante da equipe na Liga Espanhola e EuroCup

Ela sempre sonhou em vestir a camisa da Seleção Brasileira. Tinha 13 anos quando saiu de Marialva, a mais de 30 km de Maringá (PR), e foi para Jundiaí (SP), com o objetivo de jogar basquete. Na cidade paulista, morava em uma república, com outras meninas. Uma delas, integrante da categoria de base da Seleção, tinha uma blusa do Brasil, com capuz, “superbonita”. “Às vezes, eu pedia emprestada para ir à escola. Ela falava: ‘Nádia, um dia, você vai entrar para a Seleção e ter um monte de roupa do Brasil’. Sempre me lembro disso, porque agora tenho muitas”, ri Nádia Colhado ao telefone, de Girona, na Espanha, onde joga pelo Spar Citylift Girona.

Com 30 anos recém-completados, a paranaense de 1,94 m vive desde 2016 por lá e tem se destacado como integrante da equipe tanto na Liga Espanhola quanto na EuroCup. Na posição de pivô (mais próxima à cesta, equivalente ao atacante no futebol), Nádia já vestiu a tão desejada camisa da Seleção Brasileira em dois Jogos Olímpicos, em 2012 e 2016. “É uma experiência incrível. Você está com atletas de alto nível e percebe ‘caramba, eu também sou, por estar ao lado de jogadoras incríveis’”, admite.

“Sou muito feliz no que eu faço e me sinto muito gratificada por tudo que já consegui. Me sinto no melhor momento [da carreira].”

Antes, foi campeã da Liga de Basquete Feminino pelo Sampaio Corrêa, em 2016, e se tornou a primeira jogadora do esporte no Brasil a fechar um contrato com a Adidas. Após passar por outros clubes, retornou há três anos ao país ibérico – muito mais madura profissionalmente. Seu foco, agora, é conquistar os títulos nas ligas espanhola e europeia e se classificar para as Olimpíadas de 2020. Para a atleta, no entanto, ainda há uma distinção entre o basquete feminino e o masculino. “Como em todos os esportes e na sociedade em geral”, pondera. “Mas pouco a pouco vamos ganhando nosso espaço.”

Da mãe, formada em piano clássico, vem a veia artística: Nádia toca, além de piano, bateria, flauta, violão e violino. “A música é uma paixão familiar, toda minha família é musicista”, conta a ouvinte eclética, em cujo Spotify há de tudo, com destaque para a Música Popular Brasileira. A fotografia é outra paixão, um hobby a que tem se dedicado muito nos últimos tempos – com direito a curso em Girona. E por mais que “adore” a cidade e cultura, e não tenha em vista voltar ao Brasil, a atleta sente falta da tranquilidade de Marialva, da família unida e da comida de casa. “Sou muito feliz no que eu faço e me sinto muito gratificada por tudo que já consegui”, avalia sobre a carreira consolidada, madura e que promete ainda mais. “Me sinto no melhor momento dela.”

Matéria originalmente publicada na edição 221 da revista TOPVIEW.

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