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Governo e empresariado de mãos dadas

Guto Silva, chefe da Casa Civil do Paraná, mostra a relação cuidadosa que o Governo têm construído com os empresários

A trajetória do secretário-chefe da Casa Civil do Paraná, Luiz Augusto Silva, não vem das tradições políticas familiares. Pelo contrário, sem nenhum estadista na linhagem, Guto começou a carreira de forma despretensiosa e, hoje, é exemplo de líder nato. Confira a entrevista que realizei para esta edição.

Quais são os projetos de lei em andamento no Paraná?
Eu divido a agenda legislativa em dois momentos. No ano passado, nós nos preocupamos em colocar ações prioritárias em fundamentos do governo. Fizemos a maior reforma administrativa do Brasil, de 28 para 15 secretarias; aprovamos o fim da Licença Prêmio, a Reforma da Previdência, tudo para que o estado tenha liquidez. Isso demonstra seriedade e compromisso com o caixa a médio e longo prazo. Este ano, a agenda política acompanha a agenda legislativa, são ajustes pontuais de leis que vão mobilizar determinada área. Eu destacaria o videomonitoramento das grandes obras, com possibilidade de acompanhamento online e a criação de uma delegacia para evitar maus tratos aos animais. Será um ano marcado pela eficiência das políticas públicas.

Houve incentivos fiscais concedidos no ano passado?
A nossa meta para os quatro anos era captar 40 bilhões em investimento privado. Isso foi trabalhado com o Paulo Rabello, o ex-presidente do BNDES. Ele estruturou uma consultoria no início do ano passado e nós estamos perseguindo alguns indicadores. Fechamos 2019 com 23 bilhões, então fizemos metade em um ano. O Paraná passou a ser o destino número um de empresas internacionais, de acordo com a Apex Brasil, além de ser o destino que mais recebeu investimentos internacionais.

“O Paraná passou a ser o destino número um de em-presas inter-nacionais, de acordo com a Apex Brasil”

Existe um olhar do Governo para que as empresas do interior do estado consigam suportar a crise do Coronavírus?
O setor da agroindústria tem uma realidade diferenciada na tributação e o estado tem uma linha muito forte para estimular a diversificação da nossa matriz econômica, seja na proteína animal ou em outra atividade do agronegócio. O nosso objetivo é dar esse estímulo para que um estado que produz tanto, não fique sempre refém de manobras comerciais, barreiras tarifárias ou de qualquer sub epidemia.

Qual é o tempo médio para a abertura de empresas no Paraná hoje?
Duas horas, no máximo um dia. Começamos 2019 com 2,5 mil processos acumulados. Então, criamos o programa Descomplica, que tem o objetivo de simplificar a vida de quem quer produzir. Tudo isso permite gerar mais emprego e demonstra que o Estado está organizado e amigável ao empresário.

Como você pretende manter o estado do Paraná Competitivo frente aos demais?
Nós vamos trabalhar sob demanda de forma customizada. É uma pena que a guerra fiscal prejudique muitas vezes o Estado em determinados segmentos. Enquanto a reforma tributária não vem, nós não podemos prejudicar as empresas que estão aqui. Precisamos permanecer atrativos com infraestrutura e condições tributárias para que as empresas possam se instalar aqui. Cada empresa é uma realidade, estudamos com cuidado ações complementares às que temos para manter o Paraná competitivo e atrair investimentos privados.

*Matéria originalmente publicada na edição #234 da revista TOPVIEW.

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