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Deixamos de fazer a lição de casa

A classe política se desuniu, a população relaxou nos cuidados e o panorama do coronavírus no Paraná mudou

No mês passado, esta coluna discutiu os relativos bons resultados que o Paraná tinha alcançado até então no combate à Covid-19. Contudo, em um mês, o cenário mudou. O problema começa com quem deveria dar exemplo. A classe política se desuniu e a confusão tomou conta do enfrentamento à pandemia. Enquanto o governador endureceu o isolamento, vários prefeitos preferiram afrouxar. Um lado diz que não há remédios para os doentes em UTIs, outro diz que tem estoques para meses. O anúncio de mil vagas de terapia intensiva na capital, transformou-se em pouco mais de 200 destinadas para o coronavírus. Decretos são mudados o tempo todo. Atônita, a população assiste a tudo isso e tem relaxado nos cuidados. Resultado: os casos se multiplicaram. É preciso transparência dos governantes para que, bem informados, todos se conscientizem de que não podemos relaxar.

Frase do mês 

“Um dia frio e um dia triste para nós. Hoje, o anúncio não é nada agradável. Hoje, nós estamos colhendo os frutos de 15 dias passados.” – Márcia Huçulak, Secretária de Saúde de Curitiba, anunciando o recorde de mortes por Covid-19 na cidade.

(Foto: Geraldo Bubniak | AEN)

Para acompanhar

QUARENTENA RESTRITIVA OU LOCKDOWN?
O governo do Paraná tentou deixar mais simpático o endurecimento do isolamento. Batizou de “Quarentena Restritiva” a ordem de fechar todo o comércio e os serviços não essenciais, aplicar restrições no transporte coletivo e autorizar barreiras sanitárias nas cidades.

(Foto: Rodrigo Felix Leal)

ELEIÇÕES ADIADAS
Por causa da pandemia, o Congresso adiou as eleições – que aconteceriam em outubro – para 15 de novembro. O segundo turno ficou para 29 de novembro. O que não mudou foi o uso do fundão de R$ 2 bilhões de dinheiro público para as campanhas.

(Foto: Marri Nogueira | Agência Senado)

BOLSONARO PAZ E AMOR
Depois da prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, o presidente mudou radicalmente o tom do discurso. O brigão virou pacificador. Os pronunciamentos diários à imprensa cessaram e até a conversa com os eleitores do “cercadinho” diminuiu.

(Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil)

*Coluna originalmente pulicada na edição #238 da revista TOPVIEW.

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