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Manchas solares têm tratamento

É possível tomar sol com frequência, mas é muito importante utilizar o filtro solar – e desde a infância

Depois que as águas de março fecharem o verão, chega a época em que as pessoas percebem que os dias de praia e piscina ao sol podem causar danos na pele. Essa exposição crônica ao sol, devido à radiação ultravioleta, induz a um aumento dos melanócitos (células que produzem melanina). Esse aumento das células e de sua atividade não só causam o famigerado melasma, mas também manchas senis – as melanoses solares.

Elas iniciam com manchas profundas que parecem sardas e evoluem com os anos para manchas verrucosas. Seu tratamento varia conforme a espessura: quanto mais espessa, mais invasivo precisa ser o tratamento. Como trata-se de uma mancha em uma camada profunda da pele, mesmo que seja plana, o paciente deve saber que, se o objetivo é fazê-la sumir, é importante ter noção de que serão necessárias várias sessões de tratamentos para conseguir retirá-las sem criar marcas. E isso pode ser feito por meio de crioterapia – uma espécie de congelamento com nitrogênio líquido que causa inflamação, bolha e consequente descamação – e eletrocauterização – aparelho causa uma queimadura e vaporiza a mancha. Dessa forma ocorre também com o CO₂.

Além disso, podem ser usado ácidos potentes como o tricloroacético e o laser Q-switchet – que trata a mancha na sua profundidade como se fosse uma tatuagem.

É importante uma avaliação rigorosa pelo médico para programar a tecnologia ideal para remoção sem marcas. Além das manchas escuras, existem as esbranquiçadas, que são chamadas de hipomelanoses ou de leucodermia gutata (manchas brancas em gotas). Elas ocorrem porque as células produtoras de cor entram em falência. Por isso a mancha forma uma sarda branca que é de difícil resolução. Existem estudos com uso de lasers e crioterapia, por exemplo, mas o que mais funciona é usar o laser fracionado associado a aplicação local de uma substância chamada
bleomicina e sessões de LED, associados. Trata-se de um medicamento quimioterápico usado, nesse caso, somente na mancha esbranquiçada, causando o escurecimento da região. Essa medicação usada para linfomas, tem como efeito colateral e, principalmente, hiperpigmentação da pele. Por isso, volta a colorir as manchas brancas causadas pelo sol.

Todos esses efeitos do sol ocorrem porque a radiação UV induz a erros no DNA celular da pele, podendo causar repercussões benignas como as melanoses e leucodermias. No entanto, também podem surgir lesões malignas como ceratose actínicas e carcinomas. Nesse sentido, é importante que as pessoas entendam que podem se expor ao sol, mas devem usar filtros e antioxidantes para evitar lesões crônicas. O acúmulo dessa radiação UV desde a infância é o grande causador desses danos. O filtro solar, por exemplo, desde a infância evita fotodanos, manchas e o consequente envelhecimento. Vamos prevenir sempre! Ensine filhos e netos: é sempre mais fácil quando o uso de filtro solar vira costume.

*Coluna originalmente publicada na edição #247 da revista TOPVIEW.

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