FASHION

A nova moda na pandemia

Em um mundo conectado e volátil, sua maneira de criar os looks pode ser transformada

Em inúmeros aspectos, a moda sempre esteve ligada à arte. Seja na subjetividade, na inspiração ou na criação, elas sempre estão conectadas. E, nesse momento em que nos encontramos, ainda em pandemia, ficamos cheios de questionamentos. Um dos que tenho é sobre a nossa forma de consumir. Tenho acompanhado o movimento gigantesco de grandes marcas (e já falei sobre isso na coluna da edição #238) se movimentando com foco no aluguel de peças de forma mensal – como um Netflix do guarda-roupa. Isso é feito pensando no consumo, e na otimização de espaço.

Em  um outro lado da moda, vemos a criação de skins para avatares na internet, com inúmeras grandes marcas, como Louis Vuitton e Valentino, ou, ainda, para download por meio de sites, nos quais você escolhe sua roupa, compra e envia sua foto. Assim, digitalmente, eles colocam a roupa em você  e lhe reenviam para você utilizar a foto com a aplicação da peça. Isso também é visto como  uma forma de ser mais sustentável, de não comprar tudo de forma física e, ainda assim, ter o impacto do look – nem que seja só para o seu mundo digital.

A moda, hoje, encontra esse desafio do online com o real, em que tudo está misturado e precisa coexistir. Fico me perguntando se não teremos como comprar roupas que nos vistam digitalmente  quando formos a uma apresentação ou a um evento online, em que não precisaremos estarmos vestidos de fato. Estaremos em casa, na frente do computador e usando um look Valentino lá no mundo digital. Ao mesmo tempo em que é incrível e libertador, talvez crie uma imagem irreal da vida. Acredito que iremos repensar o conceito de propriedade na moda – e isso vai refletir em  como tudo vai ser criado.  

*Coluna originalmente publicada na edição #246 da revista TOPVIEW.

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