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4 vinícolas imperdíveis na serra gaúcha

Fomos conferir o legado de uma Itália criada fora da Itália

Existe uma pequena Itália em uma região da Serra Gaúcha. Ali, onde estão as cidades de Pinto Bandeira, Farroupilha e Bento Gonçalves, propriedades com antigos casarões de pedra e madeira são pontilhadas por vinhedos. Ziguezagueando pela estrada de carro e escutando o rádio, não dá para se enganar: o locutor anuncia os serviços de uma borracharia, de uma dentista, de uma madeireira com buongiorno, falando alto mezzo em português, mezzo italiano. Finaliza dizendo “parla com zé, parla com marina…” para, em seguida, soltar uma música italiana qualquer.  Vinícolas famosas salpicam a cada curva por essas rodovias. Isso é legado de uma Itália construída fora da Itália no final do século 19, com a vinda de imigrantes. A Top View esteve lá para um roteiro s elegante e exclusivo, longe do turismo em massa.

Casa Perini
Dividimos a mesa com o carismático Benildo Perini, neto do italiano Giuseppe Perini e atual diretor da vinícola. Foi ele quem iniciou a transformação do pequeno empreendimento familiar em algo maior. Hoje, a família conta com 12 hectares de vinhedos localizados em Garibaldi e 80 hectares em Farroupilha. Com clima aconchegante e arquitetura rústica da imigração italiana, o ambiente onde João Perini elaborou seus primeiros vinhos é hoje utilizado para acolher eventos – um dos mais recentes movimentou a região com um jantar pilotado pela equipe de Henrique Fogaça, chef e jurado do programa Masterchef. Dentre os produtos de destaque da vinícola, estão espumantes premium, licorosos, vinhos e sucos.

Wine Garden Miolo 
No Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, existe um jardim especial. Ele deve ser aproveitado com uma taça – ou várias – de vinho à mão. Na Vinícola Miolo, o wine bar ao livre, ambientado num enorme gramado, servindo delícias como sanduíches, quiches, tábuas de frios e, obviamente, vinhos e espumantes. Vá com a família ou a dois e se jogue nos decks, esteiras, toalhas, pufes e toalhas. É para tirar  os sapatos, colocar os pés para cima e curtir os ares da serra.

Vinícola Cave Geisse 
Mário Geisse, o homem que pilota esse ícone do vinho da região, cresceu envolvido por uvas. Primeiro, por uvas para pisco. Ele é chileno. Adulto, trabalhou com diversas vinícolas e chegou à Chandon, onde se tornou responsável pelos negócios da marca no Brasil. Viu potencial para a produção de espumantes em Pinto Bandeira e criou a Cave Geisse em 1979, com espumantes quer viriam as ser conhecidos no mundo. Brindar com um taça, degustando os pequenos quitutes preparados no Open Lounge no jardim da propriedade, é um dos programas mais disputados na região. O espumante Cave Geisse, estrela da  vinícola, é considerado pelos experts como o melhor espumante do Brasil.

Vinícola Don Giovani
Bento Gonçalves é a famosa região de vinhos do sul do Brasil, mas Pinto Bandeira, a 10 quilômetros dali, guarda um pequeno tesouro. Se a palavra Dreher lhe traz alguma memória é porque talvez você tenha conhecido o conhaque cujo slogan foi  “Deu duro…tome um Dreher”. A bebida foi criada por uma família de imigrantes alemães, mas anos depois a propriedade, nas mãos da neta do fundador (Beatriz, ou dona Bita) e de seu marido, Ayrton Giovaninni, passou a produzir uvas viníferas e hoje dá origem a alguns dos espumantes e vinhos mais conceituados do Brasil – como o Brut e o Brut Série Ouro Don Giovanni, comparados aos champagnes do Velho Mundo. E a experiência aqui vai além das degustações.  A hospedagem oferecida no casarão secular toca aqueles que cresceram como descendentes de italianos. Acordar olhando os vinhedos pela janela do quarto, degustar o café da manhã de dona Bita, jantar o requisitado risoto de alcachofra (de produção própria) até conhecer a produção do vinho e a adega de pedra que armazena preciosidades experimentais de Ayrton – ele foi pesquisador da Embrapa e professor na escola de vinhos local – tudo é uma grande referência ao vinho e ao jeito italiano.

 

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