Viajar bem para estar bem
No dia a dia, um bombardeio de e-mails, ritmo acelerado, prazos cada vez mais curtos, cobranças no trabalho, notícias ruins, grupos no WhatsApp que não param, trânsito caótico, todas as responsabilidades de casa, relacionamentos, filhos, academia para entrar nos padrões estéticos, vidas perfeitas nas redes sociais. Estamos exaustos esperando pelas tão sonhadas férias.
Ufa! Aproveitamos esses poucos dias do ano para viajar para longe, queremos conhecer o máximo de lugares possíveis, ir a todos os restaurantes recomendados, tirar fotos lindas, postar nas redes sociais, conhecer mais sobre a história e cultura dos destinos, ir aos principais pontos turísticos e viver muitas experiências autênticas, afinal, precisamos ter 100% desse tempo preenchido, certo? Será?
Depois de tudo isso, será necessário tirar férias das férias. Muitas pessoas estão repensando não só sua forma de viver, mas também de viajar – não é à toa que o turismo de bem-estar é um dos setores mais promissores atualmente. De nada adianta vivermos por mais tempo e viajarmos mais, mas com menos qualidade.
Uma viagem de bem-estar vai muito além dos pontos turísticos, das fotos e do bronze, ela faz com que você volte muito melhor do que saiu. Pode ser, mas não necessariamente será um roteiro para ficar uma semana em um spa, meditar com um monge nos Himalaias, fazer um retiro de yoga em Bali. Sua viagem pode ser focada no turismo “convencional”, mas incluir itens que tragam um contentamento interior – desde massagens, prática de esportes, contato com a natureza, alimentação saudável, um detox digital ou a simples permissão de explorar destinos com calma – o chamado “Slow Travel”. O luxo de hoje é ter tempo – de qualidade, para viver, de verdade.
É possível adicionar elementos de bem-estar em praticamente todos os destinos, mas alguns se destacam pelo seu estilo e suas experiências, como a Costa Rica, pelas suas paisagens e pelo seu estilo de vida; Sedona, nos Estados Unidos, pelos hotéis e pelas vivências no meio do deserto, canyons e formações rochosas; Indonésia, Índia, Tailândia, Myanmar, pelo lado espiritual; e Amazônia, pela sua imensidão e conexão com a natureza. Em uma viagem como essa, você pode ir para longe ou para perto, mas a maior jornada será para dentro de si, para revitalizar sua alma.
Matéria originalmente publicada na edição #232 da revista TOPVIEW.