Viagens arquitetônicas: os destinos preferidos de Eliza Schuchovski pelo mundo
Sempre tive uma relação muito especial com a arquitetura. Acredito que meu primeiro interesse surgiu ainda criança, por meio das emoções e sensações que a casa de meus avós paternos despertava em mim e em meus primos. Quando comecei a trabalhar com clientes reais, além de entender suas demandas, também compreendi o quanto a arquitetura é a expressão poética de memórias, de lembranças e de experiências. Tudo isso faz o verdadeiro conforto de um lar.
A cada início de criação, faço o exercício de compreender como aquele proprietário vive, qual sua rotina e como ele se relaciona com o espaço. A partir daí, imagino como ele pretende usá-lo. Então, busco em minha mente uma coleção de referências que possam ter alguma conexão com a vida daquelas pessoas para as quais estou projetando.
Na última coluna de Eliza:
Então, o trabalho vai sendo construído, nessa malha de pesquisa e emoção, até a chegada da epifania, em que o sentimento encontra a sensação de entendimento.
A arquitetura também é muito visual, por isso, relaciono as minhas referências com as viagens que já fiz. Busco me inspirar em momentos nos quais estou off, pois consigo absorver mais quando estou desconectada do trabalho, com a mente tranquila. Gosto de conhecer culturas diferentes e sou muito curiosa. Isso me ajuda a enxergar como vivem as pessoas pelo mundo e a associar cada modo de vida à arquitetura de cada lugar.
Viajar pela Europa, por exemplo, é fantástico. Uma natureza totalmente transformada pela civilização. Cada país com uma história e sua arquitetura. O que mais me admira é ver obras supercontemporâneas e com muita tecnologia, inseridas em cidades históricas, muitas vezes ao lado de edificações centenárias. É um contraste único.
A arquitetura oriental me encanta por sua simetria. A Ásia, por ser muito extensa, possui uma variedade muito grande de etnias que se desenvolveram de modo independente e influenciaram a criação de muitos outros estilos, que mais tarde migraram para o resto do mundo. Percebo que a sociedade oriental moderna jamais deixou de lado as influências do passado. Atualmente, é representada por cidades modernas repletas de imponentes arranha-céus, concebidos por uma arquitetura de verdadeira fusão entre tecnologia e tradição milenar. Tive a oportunidade de conhecer tais obras nos Emirados Árabes, uma experiência inesquecível. Doha foi uma das cidades que me fascinou muito.
A África, para alguns considerada como tendo um povo primitivo e exótico, se destaca por uma arquitetura de muita geometria e repleta de cores.
É muito inspirador visitar lugares pela primeira vez e encontrar soluções diferentes, para culturas diferentes. Minha satisfação é saber que o mundo é grande e sempre haverá lugares inéditos para explorar e colecionar novas ideias e memórias. Se não for pessoalmente, que seja através da internet. A todos os curiosos de plantão, desejo sempre uma boa viagem.