Superação desde a origem
N a edição em que se fala de superação, minha coluna traz uma reflexão sobre o tema. Por fazer parte do universo charuteiro, sei como a superação faz parte desse setor desde a sua origem até os dias de hoje. A história do primeiro contato dos europeus com o tabaco foi bastante exploratória e trouxe inúmeros desafios aos povos que consumiam esse ingrediente séculos antes, de forma não comercial. Para algumas tribos, o tabaco tinha caráter sagrado e era usado até para fins medicinais.
Já países como Pérsia, Rússia, Japão e Turquia chegaram a perseguir os produtores de tabaco e somente quando Johan Neander publicou um artigo científico com esclarecimentos sobre a planta que a situação mudou. Hoje, os grandes produtores são países como República Dominicana, Cuba e até mesmo o Brasil, locais onde a superação é um desafio diário da população, nas mais variadas perspectivas. Por aqui, em especial, a superação tem a marca das mulheres, uma vez que são elas a mais importante força de trabalho na principal região produtora, o Recôncavo Baiano.
Depois de pensar na origem, na história e na produção do tabaco, chegamos às tabacarias e ao consumidor final, que, neste ano, também passam por um momento de superação. Hoje, “reinvenção” é a palavra de ordem.
As tabacarias, junto com seus clientes, estão repensando formas seguras de consumo, como dispor de espaços ao ar livre e ampliar os sistemas de delivery e take away. E aí chegamos às nuances positivas da superação. Em meio a essa renovação de pactos sobre espaço e consumo, a pandemia e o “novo normal” trouxeram, também, novos públicos. Ainda que os grupos de charuteiros em roda sejam um clássico, a superação está nesse novo hábito de ter o charuto como principal companhia.
Há quem esteja saudoso de seus grupos, de suas rodas de charuto. Mas há também quem se sinta convidado a essa jornada individual, que prioriza apenas a contemplação, a degustação, os minutos dedicados a si mesmo, socialmente distante. Acredito que a pandemia é apenas mais um capítulo na história da cultura charuteira, que, desde o nascimento, conhece o significado de superação e faz da reinvenção uma aliada potente.
CHARUTOS DO MÊS
Nicarágua
Charuto Los 3 Catedraticos Estupendos
Suave-média.
R$ 60.
República Dominicana
Charuto Fratello Oro Corona
Suave-média.
R$ 75.
Nicarágua
Charuto My Father Flor De Las Antillas Toro Gordo
Média-forte.
R$ 100.
*Coluna originalmente publicada na edição #242 da revista TOPVIEW.