Phases’: tempo e dualidade são estrelas do desfile da Charth
A marca mineira Charth apresentou sua nova coleção, Phases’, em São Paulo, para um público de mais de 800 pessoas na última segunda-feira (21). Neste sexto desfile da label na capital paulista, o conceito criativo propõe uma reflexão poética sobre o tempo, com a passarela estrelada novamente por Camila Queiroz.
A partir da filosofia grega, a coleção abandona a ideia do tempo cronológico para explorar Kairós — o tempo que não se mede, mas se sente. Um tempo cíclico, sensível e transformador, como a areia que escorre por uma ampulheta.
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Traduzido em peças que transitam entre o efêmero e o eterno, o tema se desdobra em tecidos leves e naturais como linho, algodão e viscose. As texturas fluidas e plissadas se contrapõem a bases mais estruturadas, criando um diálogo visual entre opostos. Harpas inspiram torções orgânicas e acabamentos metálicos, enquanto recortes curvos e babados assimétricos evocam o movimento e a fluidez da mulher em constante transformação. Os bordados manuais — assinatura da Charth — e os crochês em fio de seda feitos à mão estão presentes em peças-chave, reforçando o valor do tempo dedicado à criação.
Os acessórios, todos produzidos artesanalmente em resina e pintados com tinta de ouro, exploram símbolos como o sol e a lua, elementos de harpa e referências aos deuses gregos. Os botões, verdadeiros detalhes-joia, também carregam esses ícones, completando os looks com toques simbólicos e sofisticados.
A cenografia do desfile acompanha a proposta sensível da coleção. Colunas gregas em ruínas simbolizam a conexão com o passado mítico, enquanto a passarela circular representa o eterno retorno. A areia, elemento presente no evento, reforça visualmente a transitoriedade e a fluidez da vida.
“’Phases’ é uma coleção que nasce do desejo de desacelerar e sentir o tempo com mais profundidade. É sobre pausas, ciclos, silêncios e transformações. É sobre contemplar o que muda dentro e fora de nós. Acima de tudo, é um convite à contemplação — uma celebração dos ciclos da vida, da beleza dos instantes e do poder das transformações silenciosas”, afirma a fundadora e diretora criativa da Charth, Nastácia Schacht.
A cartela de cores reforça a narrativa mitológica e luminosa da coleção: Vênus, um tom terroso, profundo e vibrante, que carrega a sensualidade da deusa e a solidez da terra quente sob o sol; Areia, cor neutra e quente que representa o tempo em movimento; Éter, creme leve e etéreo como o céu dos deuses; Lótus, rosa suave símbolo de renascimento e delicadeza; Selene, azul pálido como a luz da lua; e Hera, marrom escuro intenso e marcante que remete à força da deusa que o nomeia. Mais informações podem ser encontradas no site da grife.