ESTILO

SOL e MAR… agogi!

por Juliana Reis, de Maragogi

 

Bruges, na Bélgica, disputa com a sueca Estocolmo a alcunha de Veneza do Norte. A atmosfera cultural e elegante da Beirute pré-Guerra Civil lhe rendeu o apelido de Paris do Oriente. Algumas regiões do planeta foram tão privilegiadas pela natureza ou aspecto cultural que terminaram apelidadas por sua semelhança com regiões célebres e cobiçadas. E não é que existe um certo Caribe brasileiro? Uma rápida consulta no Google revelará rapidamente 575 mil resultados apontando para um só destino: Maragogi, lugar de águas azul-turquesa no litoral norte de Alagoas. Nesse pequeno e belo Estado do nordeste brasileiro, Maragogi desponta como um tesouro em plena Costa dos Corais, região onde habitam 130 quilômetros de arrecifes em um mar de águas mornas, piscinas naturais claríssimas, densos coqueirais e fauna diversificada – de peixinhos coloridos a peixes-boi. O destino se popularizou nas últimas décadas com turistas que atravessam os 125 quilômetros de estrada vindos de Maceió ou Recife – Maragogi fica entre as duas cidades. Mas o sossego não foi embora.  Ainda é possível esquecer-se da vida e curtir as férias por lá sem esbarrar na temida cena de guarda-sóis dominando a areia.

 

Galés: as piscinas naturais de Maragogi
Galés: as piscinas naturais de Maragogi

 

FÉRIAS EM FAMÍLIA
A 15 minutos de barco por águas calmas e limpas, as piscinas formadas entre as barreiras de corais são a atração marítima mais famosa de Maragogi. Chamadas de Galés, ficam perfeitas bem cedinho, enquanto a maré ainda está baixa. Peixes coloridos, anêmonas, corais e algas se movimentam de um lado a outro num espetáculo para quem explorar as águas de snorkel e máscara ou cilindro. Uma hora e meia apenas é o tempo que a natureza permite para essa brincadeira. Depois disso a maré sobe e aí é tempo para passear de barco e se aventurar em atividades náuticas – como windsurfe, disco boat (uma versão bem mais divertida e chacoalhante que a tradicional banana boat), wakeboard, caiaque ou stand up paddle no mangue…

O destino tem várias opções de hospedagem para todos os estilos e gostos desde pousadinhas a hotéis com bangalôs românticos. O Salinas do Maragogi All Inclusive Resort desponta nesse universo como o primeiro na região a oferecer o sistema onde se come e bebe à vontade entre seis refeições (e lanchinhos) diferentes por dia – incluindo aperitivos, bebidas alcoólicas, lanches da criançada, sorvete à vontade, sucos e águas de coco divididos em bares, restaurantes e quiosques. Frutos do mar em abundância e receitas brasileiras de todas as regiões do país completam um cardápio apetitoso. São 66 mil m² de área, incluindo rio, Mata Atlântica e praia a poucos metros de todos os quartos. Com a programação sob medida para o público de 4 a 12 anos, e serviço de baby sitters, famílias inteiras encontram seu espaço e pais ficam à vontade para curtir o descanso.

 

Disco boat: uma das várias opções de lazer náutico
Disco boat: uma das várias opções de lazer náutico

 

O CARISMÁTICO PEIXE-BOI
Conta-se que foi por volta de 1860 que Dom Pedro II, exausto após longa jornada pelo litoral alagoano, parou para descansar na bela localidade de Porto de Pedras, que faz parte da Costa dos Corais. Dois séculos depois, não é mais a presença do então imperador que faz a fama do lugar. Hoje a estrela de Porto de Pedras é um carismático mamífero marinho de cerca de 300 quilos que nada por essas águas e pelo rio Tatamunha, que corre pela região. É o dócil peixe-boi, que, ameaçado de extinção (existem somente 500 na costa brasileira), é cuidado, monitorado e introduzido novamente na natureza pelo pessoal do Projeto Peixe-Boi de Alagoas. De Maragogi é possível partir em um passeio de bugue pela costa até Porto de Pedras para conhecer o bicho de perto.

Bugues saem da praia em frente ao Salinas Resort e seguem até Japaratinga, onde se toma um balsa até Porto de Pedras. De lá, uma trilha fácil com pontes estreitas passando sobre rios atravessa um exuberante manguezal. Quinze minutos depois, chega o momento de subir em uma jangada e seguir pelo rio Tatamunha para chegar onde os peixes-boi estão. Mas em silêncio: eles gostam dos turistas e algumas vezes aparecem apenas por segundos na superfície, mas se assustam facilmente e podem se afastar. Não raro, dão o ar da graça com o focinho na jangada.

 

O trabalho desenvolvido pelo Projeto Peixe-Boi de Alagoas vai muito além do turismo de observação. Criado há cinco anos, existe para proteger o animal da visitação desordenada e dos perigos da caça predatória. Nesse verdadeiro santuário, eles são tratados e finalmente soltos depois que um chip é implantado para acompanhá-los em suas viagens litoral brasileiro afora. A associação se mantém com a renda dos passeios para contemplação do peixe-boi, mensalidades de associados e venda de souvenirs comercializados na sede. Enfim, o projeto, além de ajudar a preservação da espécie, auxilia cerca de 50 famílias que vivem do trabalho que o santuário gera.

No caminho até lá, vale pedir para o bugueiro parar na pequena casa de Maragogi onde funciona a principal fábrica artesanal de bolo de goma – espécie de sequilho que derrete na boca, vendido em toda a região.  Centenas de pacotes saem dali todos os dias preenchidos com biscoitos feitos caprichadamente em diversos formatos, como o de concha.

 

 

MACEIÓ COM PRIVACIDADE
Para quem vai a Maragogi a partir de Maceió, vale hospedar-se por alguns dias no hotel Salinas de Maceió Beach Resort antes de percorrer a estrada. Apesar de menor que seu irmão de Maragogi e localizado num destino urbano, o Salinas de Maceió ganha pontos por estar na praia de Ipióca, uma espécie de universo paralelo a 40 minutos do aeroporto. Na beira da praia de mar azul e areia branquinha, o hotel é ladeado por coqueiros e nada mais que coqueiros por vários quilômetros. Ideal para quem viaja com os filhos, conta com os quartos perto tanto da praia quanto das piscinas, do parquinho e dos restaurantes. Durante todo o dia há gincanas, hidroginástica, vôlei de praia e jogos com recreadores. Na diária estão incluídas seis refeições com frutos do mar e culinária nordestina, além das guloseimas adoradas pela criançada como pizzas e salgadinhos. Destino certeiro para famílias.

 

 

QUANDO IR
As temperaturas variam entre 20 oC e 30 oC durante o ano todo. Entre abril e agosto há maior incidência de chuvas. Se Maragogi é o destino principal e a ideia é uma viagem a dois, é bom ficar atento aos meses de férias escolares – como julho, dezembro e janeiro –, quando o resort fica bem mais movimentado por crianças.
COMO CHEGAR
As principais portas de entrada para a Costa dos Corais são os aeroportos das capitais Maceió e Recife (Pernambuco). Os dois aeroportos são ligados a toda a região por serviços de transfers como o Costa Azul: (82) 9137-8364, a partir de R$ 190 por pessoa, saindo de Maceió, e R$ 120 p.p. saindo de Recife. www.costazulturismo.com.br

 

ONDE FICAR
• Maragogi
Salinas do Maragogi Resort_(82) 4020-3296
A partir de R$ 700. Uma criança de até 12 anos no quarto não paga. www.salinas.com.br

• Maceió
Salinas de Maceió_(82) 4020-3296
A partir de R$ 450. Uma criança de até 12 anos no quarto não paga. www.salinas.com.br

 

Salinas do Maragogi Resort: estadia de sonho entre mar, mangue e exuberante vegetação
Salinas do Maragogi Resort: estadia de sonho entre mar, mangue e exuberante vegetação

 

O QUE FAZER
• Observação do Peixe-boi
Associação dos Condutores de Turismo de Observação de Peixes-Bois Marinhos_
(82) 3298-6247, R$ 40. www.associacaopeixeboi.com.br

• Visita às Galés
Saída da praia em frente ao Salinas do Maragogi Resort. R$ 30.

 

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