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Inovação e nostalgia: Curitiba recebe a primeira Sala de Arte do Cinépolis

Conversamos sobre a novidade com Luiz Gonzaga, presidente da rede no Brasil

Sabe aqueles cinemas antigos, cheios de charme e com uma programação que nos faz frequentar o espaço cada vez mais? Assim é a primeira Sala de Arte do Cinépolis e Curitiba foi a cidade escolhida para ter o privilégio de recebê-la.

As duas únicas diferenças das salas que nos dão tanta nostalgia são o conforto e a qualidade do filme. Afinal, a sala localizada no Pátio Batel é uma evolução dos cinemas de rua

A Sala de Arte do Cinépolis

Inaugurado em uma quarta-feira chuvosa, mais precisamente no dia 30 de outubro, não se sentia os pingos lá fora. A sala, que segue intimista como as que serviram como inspiração, conta com poucos lugares, mas com o mesmo serviço que estamos acostumadas a viver na Sala VIP do Cinépolis Pátio Batel. 

A Sala de Arte do Cinépolis é um exemplo de como podemos reviver o passado de forma super atual. Deixando a aparência de lado, também é preciso falar da programação, que é intensa. Não pense que os filmes de autor são escassos. A Sala de Arte do Cinépolis prova o contrário: apenas no primeiro mês, vão ser exibidos seis títulos, sendo a maioria de diretoras mulheres.

Conversamos com Luiz Gonzaga, presidente da rede de cinemas no Brasil, que revela um pouco suas preferências e fala sobre a importância das salas de cinema. Afinal, com as plataformas de streaming parece louco pensar em “cinemas café”, como conta Gonzaga. Estes seriam o oposto do cinema pipoca, que apresenta filmes mais comerciais.

E, de fato, até que é pouco, já que, hoje, apenas 3% dos espectadores de cinema acompanham os filmes de autor. Outro ponto que pode preocupar é a quebra de grandes referências, como a Estação Botafogo. Deste modo, o presidente enxerga uma reversão e uma quebra do público do cinema de arte.

A solução? Trazer este hábito de volta e focar na experiência! “Hoje concorremos com as plataformas de streaming. É hora de formar – e renovar – público”, entende Gonzaga. 

Enquanto os cinemas vivem de 20 filmes por ano – o que, para o presidente, é como se fosse um evento – a Sala de Arte do Cinépolis surpreende. “A Cinépolis tem a preocupação com a experiência. Lá no nosso escritório é proibido ter cartaz de filme.  O meu problema não é com o filme, é ter que criar uma experiência para o expectador”, completa.

Deste modo, o presidente da rede entende que o sucesso não é imediato e reforça a questão da formação de público. “O aspecto coletiva é importante. A própria forma de exibir também é importante. A sala do cinema é onde você consegue formar um conceito sobre um filme”, reitera. Mesmo assim, pretende ter, ao final de 2020, entre 20 e 25 Salas de Arte em todo o Brasil.

Top Talk com Luiz Gonzaga

Gênero de filme preferido: só não gosto de terror.
Filme preferido: são tantos…estão gostando de releituras, como O Poderoso Chefão e Apocalipse Now.
Diretor preferido: gosto do Coppola, Spielberg. Dos antigos, meu preferido é Truffaut.
Unidade do Cinépolis que mais gosta: não é porque estou aqui, mas gosto muito deste cinema.
Sala Cinépolis preferida: a Sala VIP em que estamos, a irmã desta fica no JK.
Um frase que resuma a trajetória: ser palomita, que significa ser pipoca.
Uma frase que resuma o futuro: experiência.

E é com esta última resposta que trazemos uma das maiores apostas de Gonzaga para o futuro: dentro de seis ou sete anos, o cinema 3D será sem óculos. Demais, né?

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