ESTILO

Por trás do hit

Para a ascensão das músicas de sucesso, há uma equipe inteira trabalhando — principalmente o compositor

E m 2019, a receita total do mercado mundial de música gravada cresceu 8,2%, atingindo US$ 20,2 bilhões, de acordo com um relatório divulgado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). Apesar dos números parecerem animadores para os profissionais do setor, cada vez mais, os compositores das canções lutam para conquistar o reconhecimento, já que todo o glamour fica nas mãos dos intérpretes.

Para facilitar, promover e conectar os fãs com os criadores de seus hits favoritos, o Spotify lançou o hub “Compositores”, que agrega uma extensa coleção de playlists written by – com compositores populares – e uma playlist rotativa de destaques. “Os compositores costumam estar nos bastidores e não na frente – com seus nomes listados nos créditos e a amplitude de suas contribuições são conhecidas apenas por membros da indústria. No Spotify, temos o compromisso de apoiar compositores em todo o mundo e criar mais oportunidades para eles”, divulgou a plataforma, em seu anúncio oficial.

A União Brasileira de Compositores (UBC) também é uma instituição que luta constantemente pelo reconhecimento dos profissionais. “Há quatro anos, produzimos o Prêmio UBC, realizado no Dia do Compositor, que tem como intuito destacar e homenagear quem faz a música acontecer. Já homenageamos Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Milton Nascimento e Herbert Vianna pelo conjunto de suas obras”, conta Vanessa Schutt, gerente de comunicação da organização.

“ (…) é preciso lembrar que o compositor está, sim, em pé de igualdade com o cantor.” – Filipe Toca

Para o cantor e compositor Filipe Toca, de todo o efeito que a música causa no ouvinte, boa parte é responsabilidade de quem compõe a canção. “Claro, há uma parcela muito grande também de quem interpreta, mas é preciso lembrar que o compositor está, sim, em pé de igualdade com o cantor”, argumenta o artista, que afirma também ser necessário um esforço maior, tanto das plataformas de streaming quanto das gravadoras, para evidenciar o nome de quem escreveu e produziu o hit.

Hoje, é comum que muitas pessoas ainda usem músicas sem pedir autorização, seja ao compositor ou, quando existe, ao editor da sua obra. Vanessa Schutt, contudo, reitera que o pedido de autorização é obrigatório para uma gravação: “Na época das eleições, isso acontece ainda mais, quando criam jingles políticos. Portanto, é imprescindível que os compositores sejam informados nos créditos, nas rádios, nas fichas de execução em rádios, na TV. Dessa forma, terão seus créditos morais preservados e ainda receberão pela execução de suas obras”, conclui a gerente de comunicação da UBC.

*Matéria originalmente publicada na edição #246 da revista TOPVIEW.

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