ESTILO

Ópera com carisma e modernidade

O The Ten Tenors se apresenta pela primeira vez no Brasil. Conversamos com Boyd Oewn, um dos integrantes do grupo, sobre música, carreira e, claro, a expectativa do show em Curitiba

O jornal The New York Times denomina o gênero classic crossover às canções de artistas que, “com muita habilidade, fazem transições perfeitas entre ópera e música popular”. Dessa forma, dão novas personalidades a clássicos da música mundial, a músicas pop, rock e até mesmo a canções próprias. Precursores dessa nova maneira de trabalhar com a primeira arte, The Ten Tenors é um grupo australiano formado em 1995 que reúne dez dos melhores e mais carismáticos tenores do mundo.

No dia 19 de março, Love is in the air, a nova turnê do conjunto, será estreada em Curitiba, abrindo a série de shows que vai passar pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Em uma entrevista exclusiva à TOPVIEW, Boyd Oewn, um dos integrantes da banda, falou sobre as expectativas dos tenores para a apresentação de Curitiba — para a qual todos estão animados!

TOPVIEW: Qual a maior expectativa sobre as apresentações no Brasil?

Boyd Oewn: Já passamos por 32 países, fizemos inúmeros shows mas nunca viemos ao Brasil. Por esse motivo, nossas expectativas são grandes! Sabemos que os brasileiros gostam de festejar, sabemos que são alegres, por isso esperamos muita emoção, muita alegria, dança, diversão — e é isso o que levaremos ao palco.

TV: Por que escolher Curitiba para ser a primeira cidade da turnê brasileira? Já conheciam algum comentário positivo da cidade que motivou a decisão?

BO: Sabemos que cada região do país é diferente uma da outra. Sabemos que o show de São Paulo vai ser diferente do de Belo Horizonte, que vai ser diferente do que faremos no Amazonas, assim como será diferente do show em Curitiba. Sei disso porque meu noivo é justamente brasileiro, nascido em Xapuri, no Acre. Sobre Curitiba, especificamente, ainda não sei nada, mas estou muito curioso para ver o que faz dela uma cidade brasileira especial.

“Dentro da temática do amor, selecionamos músicas que trazem um pouco do nosso país para o Brasil.”

TV: Que música vocês ainda pretendem incluir no repertório?

BO: Nos sentimos como embaixadores culturais do nosso país, por isso, buscamos sempre levar elementos que remetam à cultura australiana. Dentro da temática do amor, selecionamos músicas que trazem um pouco do nosso país para o Brasil. Ainda não posso prometer, já que ainda está sendo conversado com a equipe, mas pretendemos fazer algo diferente, trazer um presente para o público. Adoraria aprender uma música em português e apresentá-la nos shows brasileiros.

TV: Alguma das músicas é a sua preferida? Por quê?

BO: Como somos 10 cantores no palco, temos um espectro muito grande de vozes, o que permite que os shows sejam realmente ricos. Conseguimos cantar ópera clássica — que é o que eu canto —, conseguimos cantar pop e vários gêneros com nuances diferentes. Para mim, o momento favorito no show é quando cantamos músicas muito conhecidas do público no pop e rock, como Queen, com variantes de ópera. Damos novas roupagens a essas canções de um jeito que o público não espera. Adoro ver as reações. Esse é o meu momento preferido. Se perguntar aos outros tenores, com certeza a resposta será diferente.

TV: Como são os ensaios de vocês? Tem uma periodicidade definida?

BO: Ensaiamos todos os dias e somos provavelmente o grupo que mais trabalha na ópera, no rock (risos). Tenho muito orgulho do show e do trabalho que apresentamos paro o público, porque demanda muito esforço, muito trabalho. Estamos juntos há mais de 10 anos e muitas canções estão em nosso
repertório desde o início, o que não nos impede de ensaiá-las para arrumar pequenos erros, mesmo que as cantemos há tanto tempo. Essa atenção pelo detalhe e a busca incessante por fazer o melhor nos deixam muito orgulhosos

TV: Existe alguma dificuldade em se apresentar com mais 9 profissionais no mesmo palco? Qual seria?

BO: No final de todo o show, tentamos descer e conversar com o público, ter uma interação um pouco mais próxima. No palco, nós nos divertimos tanto que, às vezes, nessa hora, acontece da plateia perguntar se é encenação ou se é real. (risos) É de verdade. A maioria desses caras que estão comigo no palco são pessoas que conheço há mais de 10 anos, os vejo mais do que vejo a minha própria família ao longo do ano. Não temos dificuldades, somos uma família mesmo, somos muito amigos, e todos fazemos nossa parte pelo The Ten Tenors. 

*Matéria originalmente escrita por Rodrigo Sigmura e Gabriel Sorrentino, e publicada na edição 233 da revista TOPVIEW.

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