O apê contemporâneo projetado por Marcos Bertoldi

Um novo começo. É o que propõe esta residência ampla, com fortes elementos contemporâneos e traços de minimalismo, projetada pelo arquiteto Marcos Bertoldi para um empresário curitibano recém-divorciado. Embora esteja localizado em uma das avenidas mais movimentadas de Curitiba, a Iguaçu, no bairro Rebouças, o apartamento é reflexo do novo estilo de vida do proprietário, mais tranquilo.

Da escolha do piso e do material das paredes até objetos decorativos e utilitários, tudo no imóvel de 500 m² foi escolhido por Bertoldi – até as obras de arte. Para essa tarefa, o arquiteto escalou a filha, Marina Bertoldi, que faz parte da Brasil Golden Art (BGA) e tem um trabalho de curadoria baseado no seu próprio repertório cultural. Erika Verzutti, Rodrigo Andrade, Kimi Nii e Laura Vinci são alguns nomes da arte contemporânea encontrados neste apartamento.

Para criar e compor, Marcos teve completa liberdade, mas destaca que sem a sensibilidade do proprietário em entender cada obra e objeto isso não seria possível. “Nada está ali por acaso, cada item foi escolhido com muito rigor”, garante o arquiteto, mostrando móveis de alguns dos nomes do design brasileiro como Jader Almeida, Marcus Ferreira e Fernando Mendes, primo e “discípulo” de Sérgio Rodrigues.

Mesmo sem interferir na estrutura física do imóvel, Marcos reconfigurou a divisão das salas, integrando-as. Por não terem paredes, elas foram divididas pelo sofá (criado por Marcus Ferreira) – de um lado, um ambiente para ver TV; do outro lado, estar e receber visitas. O uso de um espelho entre as salas ajudou a criar o clima de integração.

Outra preocupação do arquiteto foi incorporar o funcional ao imóvel. As paredes, que parecem colunas da estrutura do imóvel revestidas por madeira, na verdade são armários que escondem cristaleiras (na copa) e fazem o papel de closet (nas suítes). “Essa solução dá mais importância à parede, ao mesmo tempo em que reparte o espaço”, afirma.

Uma característica forte do apartamento é a integridade na escolha dos materiais trabalhados – todos naturais. No piso e nas paredes das salas e das quatro suítes, ele usou Limestone, uma pedra natural calcária, que parece mármore e possui textura leve e aveludada. Nada de material que parece, mas não é. “Quis explorá-los ao máximo e trabalhá-los em sua potência e originalidade”, explica o arquiteto. “As coisas aqui são o que parecem ser”, garante.