Um caminho para a liberdade
Há mais de 20 anos, acompanho a transformação da educação no Brasil e no mundo. Iniciei minha aproximação com essa área a partir da implantação do que era a primeira empresa de educação a distância para o mercado corporativo, no ano de 2000. Desde então, vi transformações muito profundas no sistema educacional e no sistema de treinamento e de capacitação – seja a distância ou presencial.
A DTCOM se formou para ser uma empresa, já naquele momento, com uma visão do que hoje se fala de forma muito presente, do long life learning, ou seja, uma empresa que promove a capacitação contínua para o mercado corporativo por meio de canais de treinamento. E, para isso, usa tecnologia de satélite e internet combinada.
Desde então, tenho acompanhado as mudanças constantes no ambiente corporativo e, principalmente, no mercado educacional de ensino superior, com a implantação de um sistema de satélite para polos educacionais transformarem grande parte das instituições de ensino superior em educação a distância.
Vi, ainda, como a internet veio para consolidar esse conceito e para mudar a jornada do aluno. A tecnologia aproximou as grandes universidades dos provedores de conteúdo e o conhecimento passou a ser mais acessível. As implantações tecnológicas democratizaram o acesso à educação, principalmente para aqueles que não têm condições financeiras de se capacitar com o que há de melhor no mundo.
O long life learning surgiu para transformar a sociedade e a nova geração, que vai poder se desenvolver por meio de suas competências específicas e transformar realmente o seu currículo em algo customizado. Em um movimento que já ocorre, não será mais essencial ter um diploma de universidades tradicionais para ingressar no mercado de trabalho – o que impacta diretamente o desenvolvimento humano e econômico.
Diante desse cenário, vejo a importância, cada vez maior, de fornecer esses subsídios educacionais para a formação do pequeno cidadão e, nesse sentido, o envolvimento da área pública é primordial.
No Paraná, acompanho o movimento do secretário de educação, Renato Feder, com muito otimismo, pois é um visionário que traz para a área pública – à qual normalmente os cidadãos têm pouco acesso – formas, maneiras e competências que vão preparar uma geração futura, de forma muito mais qualificada. Isso faz com que seu exemplo possa ser aplicado a todo o país.
Entre várias ações implantadas nas escolas públicas do nosso estado, destaco a ousadia de implementar a educação financeira para os adolescentes paranaenses. Essa competência específica é, para mim, o início de uma transformação da mente do pequeno cidadão, para dar importância ao manuseio do capital.
Isso é fundamental para que o indivíduo possa ter sua própria liberdade e, por consequência, com seu próprio conhecimento, seja capaz de empreender, de buscar sua independência financeira e, também, ter noção clara de como o mercado de capitais funciona.
O conhecimento traz dignidade, cidadania e independência. Faz com que o cidadão possa levar para dentro de casa – muitas vezes em ambientes muito pobres – a noção do limite e de saber que, uma vez tendo o controle de seu orçamento e capital, passa a ter domínio da própria vida e equilíbrio financeiro.
É a partir de toda essa movimentação que temos esperança de um processo ainda mais transformador. Conhecimento aliado à tecnologia é a porta para uma sociedade mais livre e independente.
*Matéria originalmente publicada na edição #265 da revista TOPVIEW.