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#Conectados: população +50 aumentou o uso de celulares em 2022

A pesquisa State of Search Brasil 3, estudo feito pela Hedgehog Digital para compreender o comportamento de busca na internet brasileira desde 2020, constatou o aumento de 73% no número de pessoas com mais de 50 anos que utilizam o celular como instrumento de pesquisa. A informação é da agência de marketing digital Hedgehog, que promoveu a coleta de dados entre agosto e setembro de 2022.

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Embora essa faixa etária ainda se depare com dificuldades e resistência em relação à tecnologia, a idade mais avançada não impede o uso da internet. Segundo o Kantar IBOPE Media, cerca de 85% das pessoas a partir dos 60 anos, em 2020, buscaram informações on-line antes de fazer uma compra, enquanto 75% de fato efetuaram a transação virtualmente.

Por causa da pandemia, o consumo de vídeos e plataformas de streaming também cresceu de maneira considerável. O IBOPE estima que, nos períodos de isolamento social, o tempo em frente à televisão aumentou 37 minutos por dia, com uma média de 1h49 horas assistidas por pessoa.

Um levantamento feito pelo Instituto Locomotiva, em parceria com a Sony Pictures Television, por sua vez, revelou que 75% das pessoas com idade superior a 50 anos assistem TV diariamente. O comportamento multitela também apresentou alta com esse público – 79% acessam a internet pelo smartphone enquanto assistem televisão.

Efeitos da pandemia no uso da tecnologia pela população com mais de 50 anos

A pandemia alterou o comportamento social de diversas maneiras, o que inclui o relacionamento com a tecnologia. Devido ao distanciamento, a internet entregou as ferramentas necessárias para o trabalho, lazer e o consumo de produtos e serviços.

O relatório State of Mobile 2022, realizado pela empresa de análise de dados data.ai, registrou que a população brasileira, indonésia e sul-coreana passaram pelo menos 5 horas por dia em dispositivos móveis em 2021. No geral, foram gastas 3,8 trilhões de horas em celulares e tablets. Isso representa um avanço de 19% em relação a 2019.

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Maior fluxo de transações financeiras on-line e crescimento do mercado de aplicativos também foram registrados, ambos considerados hábitos estimulados pela pandemia de Covid-19.

Ao mesmo tempo, as compras virtuais sofreram um boom. O Brasil é o país que mais cresce no setor de compras on-line – alta de 22,2% apenas em 2022. Até 2025, a projeção é de uma expansão de 20,73%, como indica o Cupom Válido.

A pandemia tem papel fundamental nesses números. Com as lojas físicas de portas fechadas, muitos brasileiros realizaram suas primeiras compras virtuais nos momentos mais tensos do isolamento. Devido à facilidade no processo de compra – métodos de pagamentos instantâneos (PIX), entregas rápidas, abundância de produtos, etc. –, muitos se tornaram consumidores recorrentes.

Público com mais de 50 anos na internet

Pessoas com mais de 50 anos têm mais tempo para pesquisar e navegar na internet, já que ficam mais em casa. Muitos, inclusive, já estão aposentados ou estão prestes a se aposentar. Desta forma, essa faixa etária apresenta um leque de possibilidades para as empresas, ainda mais no que diz respeito às estratégias on-line.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), juntamente com a Offer Wise Pesquisas, revelam as principais motivações para que a população idosa mantenha-se conectada:

  1. Obter informações sobre política, esportes, economia e outros temas (64%)
  2. Manter contato com outras pessoas (61%)
  3. Buscar informações sobre produtos e serviços (54%)
  4. Entende-se que esses indivíduos são peças importantes da economia, já que estão dispostos a gastar com empresas que ofereçam soluções para o dia a dia e que saibam dialogar com eles.

Além disso, o poder de compra dos mais velhos também é um ponto importante. Pessoas com mais de 60 anos movimentam até R$ 2,4 bilhões anualmente.

No entanto, os idosos sentem que não fazem parte do planejamento das marcas. Quatro a cada dez consumidores acima dos 55 anos dizem sentir falta de serviços e produtos voltados a eles, como mostra os dados da Hype60+ e do Pipe.Social.

Inclusão digital

Incluir os mais velhos nas táticas de construção digital é muito mais do que uma tentativa de vender mais. Significa, também, promover um espaço receptivo para aqueles que não passaram suas infâncias e boa parte da vida adulta rodeados por telas.

A inclusão digital traz uma série de benefícios para esse público, como foi observado durante a pandemia. A tecnologia proporciona qualidade de vida quando é possível conversar com parentes e amigos à distância, consumir entretenimento de maneira prática e fazer compras sem sair de casa.

Os resultados das entrevistas do State of Search Brasil 3, com 4 mil brasileiros por todo o país, constatam que apenas 22% dos usuários vão até a segunda página de busca quando pesquisam por algo.

Com isso, vê-se a necessidade das empresas de manter o ranqueamento de seus sites nos primeiros resultados, com destaque especial às marcas que têm a população 50+ como um dos alvos, visto que o uso dessas pessoas é consideravelmente simplificado.

Já o uso massivo do celular faz com que haja urgência por sites mobile, com páginas de carregamento rápido, menus de fácil navegação e imagens e vídeos responsivos. Pensando em um público mais idoso, é interessante que opções de acessibilidade também sejam disponibilizadas, incluindo fontes maiores e contraste de tela, por exemplo.

Conteúdos em vídeo também estão cada dia mais desejados. A pesquisa da Hedgehog aponta que, em 2022, o YouTube se tornou o segundo buscador mais popular do Brasil, ficando atrás apenas do Google. A razão para esse fenômeno é explicada na grande quantidade de vídeos com comentários e avaliações de produtos e serviços variados, o que ajuda os consumidores no momento da decisão.

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