Pedro Oliveira, o homem que mudou nosso padrão de consumo
A lista de compras nunca mais foi a mesma em Curitiba depois de criada a Porto a Porto. O ano era 1998, um depois que a família de Pedro Corrêa de Oliveira se retirou da administração de uma tradicional rede de supermercados. Foi a partir dessa verdadeira escola prática que o empresário se reinventou com a importadora, que desbravou o mercado de molhos, massas e, principalmente, vinhos sul-americanos e europeus.
Quase duas décadas depois, aos 52 anos, ele é reconhecidamente um dos mais importantes nomes da gastronomia curitibana – o homem que introduziu novos ingredientes, cartas de vinho em restaurantes e fomentou o mercado com eventos e parcerias. “A violência está tornando o mundo indoor. As pessoas estão cada vez mais se fechando em confrarias, clubes”, analisa Pedro, que observa uma tendência de se conhecer gastronomia e vinhos.
O curitibano cursou Sociologia e Economia, mas não os concluiu. O trabalho o ocupou desde a adolescência e o comércio já corria nas veias. Em 2003, a grande tacada: a parceria com a Casa Flora, de São Paulo, cada qual com seu mix de produtos para atender regiões diferentes do país. Hoje, são um dos três maiores players na área do Brasil.
Gestão descentralizada
Ele se mostra um homem discreto, mas cheio de histórias: certa vez, por erro de comunicação, uma vinícola portuguesa imprimiu mais de 100 rótulos com a inscrição “Seu Barboza faleceu”. A Porto havia feito a encomenda para a comemoração do aniversário do patriarca de uma empresa no Piauí, mas com a morte deste tentou suspender: “Cancele o pedido, seu Barboza faleceu”. A trapalhada fez tanto sucesso que as garrafas foram facilmente vendidas. O empresário confessa já ter sido workaholic, porém hoje reserva tempo para treinos com personal e caminhadas no Parque Barigüi, além de cultivar suas grandes paixões: pescaria, música – rock, principalmente – e o Clube Atlético Paranaense. Pedro Corrêa não pensa em aposentadoria, mas revela um estilo descentralizado de gestão, que o ajuda a dirigir a empresa com mais tranquilidade. “Boas empresas são as que têm equipe própria sem necessariamente o dono ter de intervir em tudo”, resume. “Sempre fiz questão que a Porto não se tornasse uma empresa de autor.”
Raio-X Porto a Porto
– produtos de 22 países;
– 125 fornecedores;
– comercializou quase 3 milhões de litros de vinho em 2016, para mais de 4 mil pontos em todo o Brasil;
– 500 restaurantes curitibanos usam produtos da empresa.