CULTURA ARTES

André Nacli abre exposição na SIM Galeria

Embate entre cultura e natureza é objeto de pesquisa do fotógrafo e empresário curitibano

O céu azul não seduz André Nacli. O fotógrafo, ao menos, já que esse é um homem com múltiplos interesses – integrante de uma banda, apaixonado por arquitetura, surfista, trabalha numa construtora há seis anos e é sócio do hotel-boutique Nomaa. “Prefiro a luz mais difusa, questionadora”, explica o curitibano, que inaugura nesta terça-feira (7) a exposição Simbiose Sim, na SIM Galeria.

É nessa atmosfera cinzenta, no terreno da incerteza, que Nacli pesquisa o embate entre cultura e natureza. Suas fotografias mostram uma construção em ruínas sendo tomada pela mata, árvores engolindo ao longo dos anos uma formação rochosa ou limites instituídos pelo homem tentando domar a natureza. A vitória, lembra o artista, é muitas vezes dela.

Fotografia da série "Duelos", parte da exposição na SIM Galeria. (Reprodução)
Fotografia da série “Duelos”, parte da exposição na SIM Galeria. (Reprodução)

A série Duelos tomou forma nos dois últimos anos, no Paraná, Bahia, Espanha e Peru, período em que Nacli se assumiu como fotógrafo para além do âmbito privado. “Acho que [meu trabalho] não mudou radicalmente, mas me deu clareza”, conta sobre a profissionalização, cujo marco foi a série Pós-Poste. Esse projeto de uma década sobre construções feitas de antigos postes de luz, exibida em 2016, é reapresentado na mostra na SIM.

“Eu tinha curiosidade sobre a história das construções que se reapropriavam de postes de luz, que foram árvores e voltaram para a natureza”, conta Nacli sobre o ponto de partida para sua temática. (Reprodução)
“Eu tinha curiosidade sobre a história das construções que se reapropriavam de postes de luz, que foram árvores e voltaram para a natureza”, conta Nacli sobre o ponto de partida para sua temática. (Reprodução)

De aparente simplicidade e convencionalidade, sem experimentações, as imagens são bem-sucedidas na comunicação do embate que interessa ao autor, e facilmente atrativas. Evocam temas como finitude, percepção do tempo, necessidade de controle e racionalização do homem, ao mesmo tempo em que reafirmam o que para o artista é uma necessidade de simbiose.

Nacli nos mostra, como escreve o curador da exposição sucinta, Eder Chiodetto, “(…) a força que rege os ciclos vitais e a flagrante vulnerabilidade do ser”.

Simbiose Sim, de André Nacli
SIM Galeria: Al. Presidente Taunay, 130 A. (41) 3322-1818.
Abertura: 7 de fevereiro de 2017, às 19h. Em cartaz até 11 de março de 2017.
Visitação gratuita.

Deixe um comentário