ESTILO

Férias tranquilas: Maceió pode ser a opção

Além das praias badaladas, é possível vivenciar as águas cristalinas da capital alagoana com serenidade e aconchego

Numa manhã de agosto e calmaria, uma antiga rendeira do Pontal da Barra cantava seus versos sobre o bairro maceioense: um povo sem ambição, mar de pescadores e terra de filezeiras, como são chamadas as herdeiras da típica técnica de bordado local. Dona Lucy recordava o tempo anterior à chegada de água encanada e energia elétrica à região. Sentada em sua cadeirinha de plástico, ela confrontava o entorno: “É o progresso, ocupado com isso tudo, os homens falam…”.

Edifícios e hotéis, decadentes e modernos, se concentram na área urbana de Maceió, competindo pelas melhores vistas da orla. O tal progresso avança sobre o litoral norte, e a construção de hotéis, centros de convenção e beach clubs está na boca dos 1,1 milhão de moradores locais. Praias badaladas e paradisíacas, como as do Francês e do Gunga, já recebem avaliações negativas em sites de viagem, principalmente pela lotação e excesso de vendedores ambulantes. Mas o céu azulíssimo, as águas límpidas e o tempo que resiste ao ritmo moderno – personagens fundamentais da capital alagoana – ainda podem ser desfrutados com a calmaria e a comodidade perfeitas para passar os dias, como brincam os locais, “arrotando maresia”.

Pontal da Barra

Conhecido como o bairro das rendeiras, o Pontal concentra a venda de produtos artesanais: de premiadas cachaças a doces típicos como o caju-ameixa, passando por objetos de decoração e bordados delicadíssimos. Trata-se do filé, técnica feita sobre uma tela de fios tramados – e não sobre um tecido já pronto –, com uma variedade de pontos: Olho de Pombo, Cerzido, Arroz Cheio ou Vazado, Bom Gosto… Dona Lucy de Juazeiro é herdeira dessa tradição: faz filé há 71 anos, desde os cinco anos de idade, e passou a técnica a seus bisnetos. A renda Renascença é a mais preciosa: um vestido feito nesse ponto, à mão, leva de três a quatro meses para ficar pronto, e custa mais de R$ 2 mil.

Dois tempos

O Mirante de São Gonçalo, localizado no bairro do Farol, oferece uma das melhores vistas da cidade, abrangendo a praia de Pajuçara e o Porto de Maceió, até o Pontal da Barra. Pela capital, há resquícios de armazéns de açúcar, igrejas que preservam azulejos portugueses (como a dos Martírios) e arquitetura do início do século 20 contrastando com edifícios modernos (a exemplo dos centenários Teatro Deodoro e Tribunal de Justiça de Alagoas, ambos projetos do italiano Luigi Lucariny e ladeados por novas construções). Também chama a atenção na paisagem a falta de barba nos homens, que não aderiram à moda, preferindo bigodes.

Hospedagem para todos os gostos

O Pratagy Beach Resort se destaca como o primeiro all inclusive da região. O restaurante oferece todas as refeições (com uma deliciosa tapioca no café da manhã), a praia tem open bar e há atividades e monitores para atender crianças. Mal há necessidade de sair da propriedade. O resort também é o primeiro credenciado pelo Wyndham Club Brasil, clube de férias que, por meio da venda de pontos, em planos de cinco ou dez anos, dá acesso a mais de 150 opções de resorts pelos EUA, Canadá, México, Caribe e Pacífico Sul, via sistema de time-share. Próximo dali, mas numa área mais reservada, a Pousada Caiada é opção certeira para casais ou visitantes em busca de tranquilidade e boa gastronomia.

Pratagy.com.br (a partir de R$ 672,40 para casal e uma criança)    Casacaiada.com.br (partir de R$418)

Wyndhamclubbrasil.com.br

*A jornalista viajou a convite do Wyndham Club e do Pratagy Beach Resort.

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