Especial Foz do Iguaçu: Água grande maravilha da natureza
Em 1916, quando o aeronauta Santos Dumont passou a cavalo pelo oeste paranaense, ficou extasiado com as quedas do rio Iguaçu – um conjunto de 275 cachoeiras, algumas com mais de 80 metros de altura, em forma de ferradura, com cerca de três quilômetros de extensão. O fascínio foi tamanho que ele logo iniciou uma campanha para dar um jeito de transformar todo aquele patrimônio natural em uma reserva protegida. Afinal, aquele espetáculo da natureza não deveria ficar restrito à contemplação de um único proprietário – no caso, o uruguaio Jesus Val.
No fim das contas, realmente deu certo. Hoje, as Cataratas do Iguaçu, que ficam dentro do Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, possuem o título de uma das Sete Maravilhas Naturais do planeta. Só em 2019, a unidade recebeu mais de dois milhões de pessoas, que foram até Foz do Iguaçu para ver de perto a força e a beleza das Cataratas — que há tempos fazem da cidade um dos destinos brasileiros mais visitados por estrangeiros. Na etimologia tupi-guarani, a palavra “Iguaçu” significa “água grande”.
O rio homônimo, portanto, nasce próximo à Serra do Mar, em um encontro do rio Iraí com o rio Atuba, na Região Metropolitana de Curitiba, e deságua no rio Paraná. Formadas há aproximadamente 150 milhões de anos, as quedas isoladas das Cataratas do Iguaçu variam entre 150 a 300, dependendo da vazão do formando uma frente única em tempos de cheia. São 19 os grandes saltos, cinco do lado brasileiro, cujos nomes são Floriano, Deodoro, Benjamin Constant, Santa Maria e União.
Após uma ampla curva e uma corredeira, o leito principal, onde está a fronteira entre Brasil e Argentina, precipita-se em uma profunda fenda de erosão, que forma a Garganta do Diabo. O rio, por sua vez, tem 1.200 metros de largura acima das Cataratas, estreitando-se até 65 metros no cânion formado após as quedas. A extensão das Cataratas é de 800 metros no lado brasileiro e 1.900 metros no lado argentino, resultando em uma largura total de 2.700 metros com formato semicircular.
Sob concessão privada desde 1999, o Parque Nacional do Iguaçu oferece ônibus de dois andares que transportam os visitantes pelas vias asfaltadas. No local, há um restaurante de excelente qualidade, o Porto Canoas, além de 1,2 quilômetro de passarelas e mirantes, que funcionam como camarotes para o belíssimo show das águas. Para completar, o parque abriga um hotel de luxo, o Belmond Hotel das Cataratas, que proporciona uma série de experiências exclusivas aos seus hóspedes, como o privilégio de contemplar as quedas-d’água fora do horário de visitação.
Vazão do rio
- 300 m³/s em ocasiões de seca
- Média do rio, 1.500m³/s
- 8.500 m³/s em ocasiões de cheia
Contato com a natureza
O Macuco Safari talvez seja uma atividade tão imprescindível como nenhuma outra. A atração leva o visitante ao encontro das quedas d’água para tomar banho de cachoeira dentro de um bote motorizado. Mesmo no frio, molhar-se é inevitável — a não ser que se opte pelo barco fechado, com paredes de vidro. Por isso, é importante lembrar de levar toalha, chinelo e uma muda de roupas, que podem ficar em um armário no vestiário.
- Os visitantes entram na floresta a bordo de um veículo elétrico, acompanhados de um guia que fala sobre a fauna, a flora e várias curiosidades locais.
- Essa etapa, que é opcional, consiste em percorrer uma trilha de 600 metros para contemplar o Salto Macuco.
- O gran finale: hora de entrar no barco para se aventurar nas águas do rio Iguaçu e contemplar as quedas-d’água sob outra perspectiva. Com coletes salva-vidas, os visitantes são levados contra a correnteza para lavar a alma e tudo mais sob uma das cascatas, em um banho gelado e cheio de adrenalina.
*Caderno especial Foz do Iguaçu publicado na edição #250 da revista TOPVIEW e apresentado por Itaipu Binacional.