CULTURA MúSICA

Clarone no Choro 2: claronista paranaense apresenta novas composições musicais

A apresentação reúne 10 composições inéditas de Sérgio feitas sob encomenda por músicos convidados, especialmente para o projeto
O novo trabalho do instrumentista curitibano Sérgio Albach ‘Clarone no Choro 2 – Novas Mídias’ compreende vídeos e gravações para streaming, além de um e-book com todas as composições que será lançado oficialmente em novembro deste ano, mas para aquecer o repertório o músico, maestro e diretor musical vai presentear o público de Curitiba com um show intimista.
 
 
Em 2018, Albach lançou o álbum ‘Clarone no Choro’, o primeiro da história da música brasileira de chorinho tendo o clarone como instrumento solista. Tratava-se de um CD com clássicos do choro, mas desta vez o trabalho, que será disponibilizado apenas digitalmente, irá reunir composições inéditas.
 
(Foto: divulgação | GIlson Camargo)

A direção musical e os arranjos são de Daniel Migliavacca. Entre os compositores convidados estão: Pedro Paes, Léa Freire, Edu Neves, Claudio Menandro, Alessandro Penezzi, Gilson Peranzzetta e Lucas Melo. Clarone no Choro 2 também conta com composições de Sérgio Albach e do bandolinista Daniel Migliavacca.

“Fomos bem específicos ao convidarmos os compositores, estipulamos um gênero musical de acordo com o estilo de cada um, pedimos conforme a linguagem que cada um domina”, conta Albach.

Segundo o instrumentista, a escolha dos compositores não foi fácil e o desafio do convite era justamente compor considerando que as músicas seriam executadas por um regional de choro, tendo o clarone como instrumento solista. Além de Albach no clarone, o trabalho conta com Migliavacca no bandolim e cavaquinho, Gustavo Moro no violão, Lucas Melo no violão de 7 Cordas e Ricardo Salmazo no pandeiro. O mesmo quinteto do disco anterior.

(Foto: divulgação | GIlson Camargo)

Ampliar, renovar e diversificar o repertório de músicas tendo o clarone como solista é o principal objetivo do projeto, de acordo com o clarinetista.

“A ideia era instigar os músicos a comporem para o clarone, é uma necessidade, coisas novas tem que ser feitas visando este instrumento que ainda vem sendo descoberto como solista”, declara Sérgio.

 O primeiro concerto solo para clarone foi realizado em 1955, tendo como pioneiro o claronista tcheco Josef Horák (1931-2005). Se comparado com outros instrumentos clássicos como a flauta, o clarinete, o violino ou o piano, é tardio. “Não tem nenhum concerto, nenhuma obra dos grandes compositores eruditos do século XIX com este foco, demorou muito tempo para os compositores escreverem para ele”, lamenta.

Por tratar-se de um trabalho pensado particularmente nos recursos do instrumento, ‘Clarone no Choro 2 – Novas Mídias’ vem com o intuito de reforçar a sua linguagem. “O ganho para a música é imenso, a execução se torna mais orgânica, o movimento dos dedos é mais natural. Estou muito feliz com a dedicação desses grandes compositores e do diretor musical que trouxe para o trabalho um pensamento musical de alta qualidade. Receber essas músicas me trouxe muita alegria”, comemora Sérgio.

Maxixe, valsa, choro, polca, xote e frevo estão no sofisticado repertório. A flautista, arranjadora Léa Freire se destaca com ‘Desviando’, choro lento que flutua entre tonalidades.  ‘Cigana do Guatambu’, maxixe que usa escala cigana na estrutura da composição, feita pelo carioca Pedro Paes, é uma homenagem a Albach.

A clássica ‘Valsa Viva’ de Alessandro Penezzi também é dedicada a ele. Já a valsa com pegada mais contemporânea ‘Vila Real’ de Migliavacca, que brinca com o tempo através das flutuações de andamento, foi inspirada na cidade portuguesa onde o clarinetista vive atualmente. A arisca gata de rua que mora por lá virou choro ‘GS’, por Albach, que também compôs ‘Frevo Furado’.

O renomado Gilson Peranzzetta traz um choro lento, ‘Sempre Juntos’. Cláudio Menandro fez um xote, ‘Chora, Clarone!’, com características bem nordestinas. Edu Neves contagia com um choro sambado, bem dançante, ‘Bailando ao Luar’. E Lucas Melo com Porfiosa, uma polca clássica.

Na opinião de Migliavacca o repertório é muito especial. “São obras inéditas e bem variadas ritmicamente. Fazer a direção do Clarone no Choro pela segunda vez é um grande prazer e uma grande responsabilidade. O resultado tem nos deixado muito satisfeitos. É um trabalho único e sabemos que, certamente, já é uma referência dentro do universo do clarone, da música instrumental brasileira e do Choro”, afirma.  

Serviço

Quando: 16 de agosto, 20h

Onde: Doce de Cidra – R. Cândido Xavier, 521 – Água Verde

Ingressos: clique aqui. 

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