Fundando patrimônios

Memorial Paranista, Teatro do Paiol, Cine Passeio, Solar do Barão. Muito mais do que espaços e construções, esses locais condensam a alma da cidade – são, afinal, a arte de educar pelo entretenimento. Na capital paranaense, grande parte das ações culturais está concentrada na Fundação Cultural de Curitiba (FCC), por meio das coordenações, dos editais e dos programas em áreas artísticas. Falando sobre a importância da Fundação e seu compromisso de fomento ao lazer e à arte, entrevistei, na edição deste mês, a Presidente da FCC, Ana Cristina de Castro. Confira:

Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a função de uma Fundação Cultural. Você poderia explicar o que ela faz?

A Fundação Cultural de Curitiba é responsável pela política pública nas áreas de arte e cultura do município. Para desenvolver essa política, atuamos de forma conjunta com outras áreas da administração pública e também em parceria com artistas, produtores, movimentos culturais, outros órgãos governamentais e organizações privadas. Ainda cuidamos do Programa de Incentivo à Cultura, que destina recursos da Prefeitura à produção cultural por meio de editais. Sem dúvida, nosso trabalho é essencial para manter viva a nossa cultura e sempre despertar o orgulho dos curitibanos pela sua identidade.

Quais os principais trabalhos que a Fundação Cultural de Curitiba pretende executar este ano?

A Fundação realiza anualmente um calendário de eventos que é tradição na cidade. Mas, como ainda estamos em situação de emergência sanitária, devemos nos adaptar às condições do momento. Esse ano, com espetáculos, concertos e exposições, vamos comemorar os 200 anos da Independência do Brasil, os 100 anos da Semana de Arte Moderna, os 50 anos do Teatro Paiol e, também, iniciar o próximo ano com as celebrações do cinquentenário da Fundação Cultural.

Como fazer as pessoas enxergarem a cultura como um investimento e não um ‘gasto’?

A cultura tem um valor subjetivo e inestimável. Mas, se, mesmo assim, quisermos dimensionar o valor da cultura, chegaremos a números muito significativos. O setor cultural é um dos que mais cresce na economia nacional. É responsável por 3% do PIB, pela geração de R$ 10,5 bilhões em impostos federais e por aproximadamente 3 milhões de empregos diretos e indiretos. 

*Matéria originalmente publicada na edição #259 da revista TOPVIEW.