ESTILO CULTURA

8 peças e 3 mostras do Festival de Curitiba que abordam a representatividade da mulher

O Festival de Curitiba chega a sua 31ª edição em 2023; espetáculos começam no dia 27 de março e vão até 9 de abril

A 31ª edição do Festival de Curitiba, que terá mais de 350 atrações, acontecerá de 27 de março a 9 de abril. Por conta do Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira (8), a TOPVIEW separou uma lista de peças presentes na Mostra Lucia Camargo, além de mostras do Fringe que abordam questões de gênero e da representatividade feminina. Confira:

“Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”

A presença feminina no contexto do sistema prisional é o tema de “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”. A peça mostra mulheres que têm as vidas marcadas pelo encarceramento dos homens da família. O título faz referência às mulheres que transmutam as energias de violência e morte e reinventam realidades. “São elas que carregam o fardo, que são acometidas pelos desdobramentos do encarceramento de seus parceiros ou familiares, tendo a vida emocional, a segurança física e a situação financeira abalada. A mulher se torna a força e o sustentáculo da família, e também daquele que está em situação de cárcere”, argumenta o encenador Miguel Rocha, da Companhia de Teatro Heliópolis.

O espetáculo terá duas apresentações, nos dias 03 e 04 de abril, às 20h30, no Teatro da Reitoria (XV de Novembro, 1.299).

Ficções

O espetáculo, baseado no livro “Sapiens – uma breve história da humanidade”, mostra o universo de ficções e narrativas criados por um homo sapiens feminino.

“Buscamos outra forma de falar sobre esse sistema de crenças e capacidade incrível que temos de inventar histórias e acreditar coletivamente nelas. Com a mulher ocupando espaços com um discurso feminino diferenciado, o diretor não via sentido fazer com um homo sapiens masculino”, afirma a atriz Vera Holtz.

A criação do espetáculo contou com a interlocução dramatúrgica de três mulheres. “Ficções” terá apresentações nos dias 30 e 31 de março, às 20h30, no Teatro Guaíra.

Sobrevivente

Em estreia nacional, Nena Inoue investiga as próprias origens no teatro documental em “Sobrevivente”, parte dois da trilogia iniciada pela atriz e o dramaturgo Henrique Fontes em “Para Não Morrer”, que valeu a ela o Prêmio Shell de 2019. O texto seguinte estava pronto quando Nena descobriu que tinha uma vó indígena. “A gente mudou, pois o tema da ancestralidade se impôs”, disse. A peça então fala da descoberta e suas consequências. “Quis contar minha história para mostrar os apagamentos que marcam a vida destas mulheres. Espero que as pessoas se contagiem a contar suas próprias.”

A peça terá sessões nos dias 05 e 06 de abril, às 20h30, no Teatro Zé Maria.

“Stabat Mater”

A palestra performance “Stabat Mater” aborda a história da Virgem Maria ao longo dos séculos ao mesmo tempo que tenta dar conta do apagamento da mãe da atriz em seu espetáculo anterior, “Conversas com meu Pai”. A questão da maternidade também está presente no espetáculo.

As apresentações acontecem nos dias 28 e 29 de março, às 20h30, no Teatro Zé Maria.

“E.L.A”

Questões como beleza, saúde, política, feminilidade e acessibilidade estão presentes em “E.L.A”. A peça mescla vídeo, artes plásticas e dramaturgia por meio de colagens e textos autobiográficos que refletem sobre a aceitação e o nosso lugar no mundo.

O espetáculo terá sessões nos dias 06 e 07 de abril, às 20h30, no Sesc da Esquina.

“O Que Meu Corpo Nu Te Conta?”.

Dispostos em um grande tabuleiro de corpos, os artistas do Coletivo Impermanente se revezam para revelar histórias autobiográficas em “O Que Meu Corpo Nu Te Conta?”. O espetáculo aborda temas como assédio, pautas identitárias, vícios e pressões estéticas.

A peça terá duas sessões, nos dias 04 e 05 de abril, às 17h, na Casa Hoffmann.

“Eu tenho uma história que se parece com a minha”

A peça traz apenas mulheres em cena. Trata-se de uma performance instalação concebida por Tetembua Dandara e ativada pelo encontro de uma neta e sua avó, Dirce Poli, de 95 anos, com interferências de sua mãe, Neuza Poli, e de sua irmã, Mafoane Odara. O público é convidado a adentrar um espaço que pode remeter a uma sala de vó, quintal ou mesmo uma festa dos anos 1990, podendo acompanhar como, quanto e onde quiser, as narrativas que vão sendo reconstruídas pelas vozes, sabores e olhares presentes.

O espetáculo terá duas sessões, nos dias 06 e 07 de abril, às 18h, na Casa Hoffmann.

“As devoradoras”

4 mulheres, 4 elementos, 4 solos, e 4 histórias que se misturam e entrelaçam numa mesma trajetória: a de reencontrar a si mesma. A alma feminina anseia pela conexão consigo, com seus corpo, seus instintos e sua força vital. O que a terra, o fogo, a água e o ar tem para nos ensinar?

O espetáculo terá duas sessões, nos dias 30 e 31 de março, 13h30, Espaço Cultural Espetáculo.

Fringe

I Mostra Canal Identidades

Dentro do Fringe, acontecerá, no Canal da Música, a I Mostra Canal Identidades, que aborda, justamente, a temática de gênero. Ao todo, serão três espetáculos curitibanos. Destaque para “O Coração da Boca é a Língua”, um solo idealizado pela atriz Patrícia Cipriano sobre as memórias e experiências de uma mulher lésbica. Fora isso, a mostra ainda conta com duas palestras. Uma delas, ministrada pela atriz e pesquisadora Zi Arrais, explora a questão de gênero e a construção de poder na sociedade por meio da arte.

III Mostra Mujeres

A Mostra Mujeres foi criada por Cleo Cavalcantty e Luana Godin. O espetáculo Sobre Lendas e Mulheres, criado em 2012, começou a se desdobrar em diversas ações como a Oficina Mergulho aos arquétipos femininos e a Mostra Mujeres. Assim nasceu o projeto Sobre Lendas e Mulheres. O intuito da mostra é colocar a mulher como protagonista da arte apresentada em diversas linguagens artísticas e artesanais. A III Mostra Mujeres leva a arte de mulheres criadoras para a rua. Os espetáculos “As Três Marias na Cidade do Esquecimento”, “Lê Conto Agora e Já”, “Show Dançaaê” e “Sobre Lendas e Mulheres” ocorrerão este ano nas Ruínas de São Francisco e são gratuitos.

Mostra Solo, mas não só – Mulheres em rede

A mostra apresenta cinco espetáculos solos, duas rodas de conversas, uma abertura de processo e até festa, levando ao Fringe mulheres de três regiões do país e de cinco grupos teatrais diferentes, que atuam, produzem e criam, em áreas e temas distintos, de diversas gerações e unidas em um projeto colaborativo. Artistas conectadas em uma rede de experiências que mostram que elas não estão sozinhas e contribuindo assim para novas maneiras de agir e pensar a cultura no cenário atual.

Serviço

O que: 31º Festival de Curitiba
Quando: de 27/03 a 09/04 de 2023
Ingressos: de R$ 0,00 até R$ 80 (mais taxas administrativas)
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física exclusiva do Shopping Mueller (piso L3), de segunda-feira a sábado, das 10h às 22h; domingos e feriados, das 14h às 20h.
Verifique a classificação indicativa e orientações de cada espetáculo

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