Coluna Paola Gulin, outubro de 2018
Às 5h, o despertador toca para o começo de uma aventura em família. Para ir do quarto até o ponto de encontro, não há alternativa senão na companhia do segurança do lodge no meio da savana, para garantir que o caminho esteja livre de qualquer surpresa. Com bolachinhas e chocolate quente, encontramos com os nossos trackers e rangers, que nos guiarão pela primeira jornada do safari no Animal Kingdom da vida real a bordo de um 4×4 aberto. Estamos na África do Sul, mais precisamente no Kruger National Park, com estrutura, fauna e flora em abundância para uma viagem que certamente ficará na memória de todos. A crença de que “Deus ajuda quem cedo madruga” também serve para os animais, pois o amanhecer é um dos momentos com maior movimentação na savana. Além desse contato direto com a natureza como ela realmente é, assistir ao amanhecer com esse visual é daquelas experiências para guardar para sempre. Na euforia da primeira saída, normalmente todos vão em busca dos Big Five – leão, búfalo, elefante, leopardo e rinoceronte –, os mais temidos animais da África.
As crianças já ganharam os seus livros para marcar quais foram os animais encontrados no caminho e são protagonistas na busca. A equipe do safari é responsável por grande parte do sucesso da jornada: enquanto o tracker, com faro, olhar e vivência apurada seguirá o rastro dos animais, o ranger dará uma aula, com o entusiasmo de quem é apaixonado, sobre os fascínios da natureza. Depois de um amanhecer cheio de descobertas, encontramos um lugar seguro para um café da manhã no meio da savana. Voltamos para o lodge para descansar um pouco, seja no conforto do quarto ou na piscina. Os lodges, maravilhosos, fazem parte da experiência como um todo e por isso é tão importante escolher o que mais se adequa aos interesses da família: alguns, inclusive, possuem um atendimento especial para as crianças. Até o próximo safari, são algumas possibilidades: massagem para os pais, brincadeiras educativas para os filhos, visitas a comunidades locais ou a companhia de um bom livro.
Depois da euforia do primeiro safari, passamos a nos apaixonar pelo estilo desajeitado das girafas, pela fofura dos elefantes bebês, pela elegância das chitas, pela precisão das zebras, pelo companheirismo das impalas, pelas cores dos pássaros e por entender um pouco mais da perfeição do ciclo da natureza, em que cada ser tem seu papel. Para finalizar o dia, a equipe prepara um sundowner, com aperitivos e bebidas locais, em um lugar estratégico para ver o entardecer e dar início a uma nova aventura: um safari noturno, com grandes chances de presenciar cenas de caça à la National Geographic. É muito importante levar uma câmera fotográfica boa, mas, por melhor que ela seja, não conseguirá captar a euforia de se presenciar tantos momentos fantásticos. A viagem com o intuito de “levar as crianças para fazer um safari”, vira uma jornada de experiências e encantos para a família toda, independentemente da idade. Malas prontas?
*Matéria publicada originalmente na edição 216 da revista TOPVIEW