ESTILO

Coluna Paola Gulin, setembro de 2018

Mais do que um meio de transporte, velejar é uma forma encantadora de viajar

O som do despertador é o das ondas batendo no casco do barco, despertando para um novo dia que se inicia em uma viagem a bordo de um veleiro. Para acordar de verdade, nada melhor do que um pulo no mar, enquanto o café da manhã está sendo preparado e a família toda começa a acordar. A escolha do look do dia nunca foi tão fácil: biquíni, biquíni ou biquíni – e nada mais.

Quem vai definir o destino e o ritmo do dia é o vento: o içar das velas, com o marinheiro, se torna um imenso prazer. O trânsito é substituído por uma imensidão azul e admirar as velas dançando é um presente para os olhos. Pressa para que mesmo? Neste momento, mais importante que o destino final é o próprio caminho. Este, aliás, pode guardar segredos maravilhosos: uma praia deserta, golfinhos, vilarejos locais, paisagens arrebatadoras, papos intermináveis ou a companhia de um bom livro.

A boa notícia é que, com uma agenda flexível como essa, temos total liberdade para pararmos onde quisermos, a qualquer momento. Se alguém precisa de mais ação, o caminho pode se tornar produtivo: uma boa tarefa é jogar a isca de pesca para garantir o almoço ocean to table. Para aperitivo, o cozinheiro prepara um sashimi fresquíssimo.

Parece que o tempo nem passou, mas já chegamos à praia com águas calmas e cristalinas, onde começaremos a árdua programação da tarde. A única reunião marcada é o almoço e, como não temos sinal de internet, estamos todos realmente presentes. Entre algumas taças de vinho, temos muitas risadas e conversas verdadeiras. Essa é, sem dúvidas, uma das maravilhas de uma viagem de barco: a interação e a aproximação com pessoas que amamos.

Depois desse compromisso, ninguém é de ferro! Todos temos direito a uma siesta antes de seguir com a agenda. Cada um pode fazer o que quiser: snorkel, stand up paddle, mergulhar de cilindro, nadar até a praia, visitar alguma das ilhas ou o simples dolce far niente.

Mais uma vez, é tempo de içar as velas e enfrentar a hora do rush: ao som de Somewhere Over The Rainbow, com a pele queimada, vento no rosto, pássaros dançando no céu e o sol se pondo no mar, rumamos ao nosso próximo destino. No caminho, um happy hour com cerveja local e um céu tão colorido que nenhum documentário da Netflix conseguiria superar são algumas das recompensas por um dia ativo. Ancoramos, então, na enseada onde passaremos mais uma noite, ainda a tempo de fisgar uma lula para o jantar.

Mais uma refeição para celebrarmos este dia, fechando com chave de ouro, deitados na rede da proa, admirando as milhares de estrelas. Tudo parece tão mágico que nem temos mais o que pedir para as estrelas-cadentes, pois é certo que as próximas 24 horas serão maravilhosas.

Uma rotina como essa pode ser vivida a bordo de um veleiro nas ilhas selvagens de Seychelles, na imensidão azul da Polinésia Francesa, nas ilhas e nos vilarejos charmosos da Grécia, nos festejos da Croácia, nas deslumbrantes praias da Tailândia ou em qualquer outro paraíso do mundo. Afinal, mais do que um meio de transporte, velejar é uma forma encantadora de viajar.

*Matéria publicada originalmente na edição 215 da revista TOPVIEW. 

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