ESTILO

Coluna Paola Gulin, junho de 2018

A melhor idade para viajar

Carreiras bem-sucedidas, estabilidade financeira, filhos bem resolvidos, netos crescendo e vida planejada e consolidada. Esse cenário até poderia ser o ideal para relaxar e curtir os dias em casa, mas parece que os baby boomers, ainda cheios de saúde e energia, querem muito mais.

“Você precisa entender que isso é um lifestyle, Paola!”, diz uma passageira que recentemente completou 70 anos, sobre as viagens de longa duração feitas por pessoas de mais idade. Ela disse isso depois de completar uma volta ao mundo em quatro meses em um navio de luxo com o marido, visitar seis continentes, conhecer pessoas e culturas totalmente diferentes e compartilhar suas experiências em uma página do Facebook, criada especificamente para contar essa jornada tão especial a amigos e outros interessados.

Para a grande maioria, viajar é uma forma de rejuvenescer. Nessa etapa da vida, o estilo de viagem muda para o que chamamos de slow travel: conhecer cada lugar com tempo, sem pressa, prezando mais pela profundidade do que pela quantidade de destinos visitados em um curto espaço de tempo. Hotéis bem escolhidos, assistência de qualidade e conforto são praticamente regras gerais, sendo os baby boomers responsáveis por mais da metade dos gastos com viagens de luxo.

Mais do que novos destinos, eles buscam novos tipos de viagens, como de voluntariado e enogastronomia, lugares exóticos, viagens de navio ou barcos menores, destinos de natureza, culturas diferentes ou que tragam mais da sua ancestralidade. Eles buscam viver hoje o que não puderem viver durante seus anos de dedicação ao trabalho e/ou família, procuram relaxar e se reencontrar. Com barreiras cada vez menores entre as gerações, essa é também uma excelente oportunidade para criar memórias e momentos em família. Por isso, viagens multigeracionais são, também, cada vez mais comuns.

Estudos mostram que pessoas acima dos 60 anos vão viajar pelo menos cinco vezes neste ano, entre roteiros de final de semana e outros mais longos. Relatórios apontam um crescimento significativo nesse mercado, mas, mais do que números, esse movimento mostra que não existe limite de idade para viver novas experiências, reinventar-se e embarcar em novas aventuras. Para mim, como millennial e entusiasta do assunto, esses viajantes mais vividos são pura inspiração!

*Matéria publicada originalmente na edição 212 da revista TOPVIEW. 

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