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Clássicos da boemia curitibana: 9 botecos para conhecer na cidade

Mesmo com os restaurantes sofisticados, os botecos curitibanos seguem atraindo um público cativo e fiel, que busca a tradição, o bom atendimento e a saborosa comida barata

Eles não têm valet, decoração assinada por arquitetos ou um menu elaborado por um chef renomado. Em compensação, têm clima despretensioso, cardápio simples – que combina com um copo de cerveja – e são ideais para se relaxar depois de um dia de trabalho. Mesmo com o aumento do número de restaurantes sofisticados na cidade, os botecos curitibanos seguem atraindo um público cativo e fiel, que busca a tradição, o bom atendimento e a saborosa comida barata que só um legítimo botequim oferece.

E para que você possa desfrutar do melhor que a “baixa gastronomia” de Curitiba tem a oferecer, a TOPVIEW elaborou um roteiro com nove endereços da cidade. A maior parte dos bares têm décadas de funcionamento e os que surgiram depois foram fiéis ao estilo de seus precursores.

BarBaran

Um bar sem frescura –  assim Igor Baran define a casa da qual é dono há seis anos e que fica dentro da Sociedade Ucraniana do Brasil (aliás, o cliente desavisado pode até passar batido, pois a entrada é pela garagem do prédio). Com um público eclético, com idade entre 20 e 60 anos, serve porções de pratos ucranianos, além dos tradicionais bolinho de carne e fritas. Há porções de Varenek – pastéis cozidos com recheio de batata com requeijão ou batata com repolho (R$ 9,50) – e o Haloptchi, charuto de repolho recheado com trigo e
temperos (R$ 9,50). Os dois são acompanhados de broa, raiz forte e molho de nata, calabresa ou carne. Vale provar o Traumatismo Ucraniano, feito com vodca e Campari batidos com limão (R$ 11).

Al. Augusto Stellfeld, 799, Centro, (41) 3322-2912. De terça a quinta das 16h à 0h, sexta até 1h, sábado das 12h à 0h e domingo das 17h às 20h30.

Ao Distinto Cavalheiro

O nome tem a ver com a decoração de azulejos e piso quadriculado do local, que remete a um bar carioca dos anos 50 e 60, época em que os homens eram “cavalheiros”. Como fica bem ao lado da Al. Doutor Carlos de Carvalho, os frequentadores são principalmente executivos e advogados que trabalham na região e que costumam passar pelo local para um happy hour. Entre os destaques do cardápio, 20 tipos de cachaças do Rio de Janeiro e Minas Gerais e o tradicional chope Brahma  (R$ 6,90 o copo de 350 ml). Porções e sanduíches são as opções para salgar a boca entre uma bebida e outra. “O Prato de Costelinha é o carro-chefe”, diz Carlos Guimarães, um dos sócios da casa há nove anos (o estabelecimento abriu em 2002). A porção completa sai por R$ 44,90.

Rua Saldanha Marinho, 894, Centro, (41) 3019-4771. De segunda a sexta das 17h30 até o último cliente, e aos sábados das 15h30 às 22h.

Bar do Stuart

O mais antigo bar da cidade segue como um clássico da boemia. Nelson Ferri, quarto dono desde 1904, toca o estabelecimento com o filho, Carlo, e o gerente, Dino – que trabalha desde os 14 anos no local. Ferri atribui a longevidade do Stuart à qualidade: “Aqui tem amor”, explica, citando que o local está sempre limpo e que a comida é muito bem-feita. No cardápio, pratos como Testículo de Touro (R$ 25 a porção), Mignon Acebolado (R$ 39) e o carro-chefe Sanduíche com Verde, com pernil fatiado e picles (R$ 13) servido desde 1929. Os garçons, de camisa branca e gravata borboleta, servem doses de pingas, conhaques, cervejas artesanais e até uísque, cujo valor é “sob consulta”.  A clientela varia, passando por políticos, desembargadores, gringos e transeuntes. “Mas só entra se estiver limpinho e for educado”, finaliza Ferri.

Praça General Osório, 427, Centro, (41) 3323-5504. De segunda a sexta das 9h às 23h, sábado até 18h e aos domingos até 15h.

Bar do Pachá

Em uma sossegada Rua do Bom Retiro, o bar de Zico Garcez – que se define como dono, garçom, chef e responsável pelas compras – foi criado em 2010 para reunir os amigos. A variedade de petiscos que a casa oferece, atraiu os moradores do bairro também. “Sirvo de cachorro-quente a camarão com champanhe”, diz Zico. Entre as opções mais pedidas, destaque para o Mignon com Pimenta Verde (R$ 46,50). Para acompanhar, tem caipirinha de limão (R$ 14) e cerveja Original (R$ 10,40). A decoração eclética do lugar chama a atenção: a varanda é pintada de azul e vermelho e o teto é decorado com panos coloridos, em uma alusão ao filme da artista mexicana Frida Kahlo. Já no interior, onde as paredes são pintadas de verde, fotos do grupo Les Paxas, equipe de futebol e automobilismo que competia pelo Clube Curitibano na década de 70.

Rua Claudio Manoel da Costa, 548, Bom Retiro, (41) 3044-4480. Segunda a sexta das 17h30 à 0h (cozinha fecha às 23 horas). Aos sábados das 12h às 16h30 (a partir de março).

Bar do Pudim

Pela disposição do balcão ele parece uma padaria. Mas o cardápio pendurado no teto revela que é um boteco dos bons. Avestruz, rã, lambari e carne de onça estão entre as porções servidas e, entre os salgados – feitos no local e nunca congelados –, o mais pedido é o bolinho de carne (R$ 5,50). Dos sanduíches, o que mais sai é o de pernil (R$ 12,50). Para acompanhar, cerveja de marcas variadas (no cardápio elas aparecem apenas como comum, extra ou escura). “Não temos exclusividade com nenhuma marca, assim o cliente pede o que ele gosta”, afirma Dione Treis, segunda proprietária, cuja família está à frente do bar desde 1978 (ele foi inaugurado em 1968). Jornalistas, executivos e famílias são os principais frequentadores. E o pudim de leite – doce preferido do primeiro dono, tanto que Pudim era seu apelido – segue como opção de sobremesa da casa por R$ 4,50.

Praça do Redentor, 322, São Francisco, (41) 3323-1553 e (41) 3022-1553. Segunda, terça e quarta das 17h à 0h, quinta e sexta até à 1h e, aos sábados das 12h às 22h.

Bar do Edmundo

Inaugurado em 1965 no Bacacheri, o bar ficava bem no caminho de quem viajava entre Curitiba e São Paulo. Para chamar a atenção em uma região repleta de oficinas, o então dono Edmundo Stromberg pediu à mulher que começasse a fazer a receita de bucho à milanesa aprendida com a vizinha. A combinação entre boa localização e boa comida deu certo e fez do ponto passagem obrigatória de viajantes. Hoje, o bar é comandado por José Edmundo e Jarbas, dois dos dez filhos de Edmundo. A tradição em servir bons pratos continua. “Tanto que 70% das nossas vendas é comida”, explica Jarbas. Entre os petiscos mais pedidos, está a porção de filé de tilápia  em iscas  (R$ 29) e o camarão grande abraçadinho (R$ 49). A moela ao molho é a novidade ( R$ 17,50) e o tradicional bucho à milanesa continua no cardápio (R$ 24,60). Para acompanhar, sucos, cervejas, chopes, vodcas e caipirinhas.

Av. Prefeito Erasto Gaertner, 1.764, Bacacheri, (41) 3257-2407. Terça a sábado das 18h à 0h.

Maneko’s Bar

Atrás do balcão de fórmica, Manoel Pereira Alves, o Maneco, move-se sem parar servindo cervejas e batidas e anotando pedidos. Vestindo um guarda-pó azul e com a caneta presa na orelha, há décadas essa é a rotina do proprietário do bar, que está há 26 anos no ponto atual. O trabalho é puxado – são quase 15 horas por dia. “O segredo é gostar do que faz”, afirma o simpático Maneco.
O público é eclético, formado por ricos e pobres, de engraxate a desembargador. Os clientes – muitos deles já amigos da casa – podem desfrutar às quintas-feiras no almoço (ou à noite, quando sobra) a rabada servida com polenta, arroz, batata cozida e salada, que custa R$ 24,50. Entre os petiscos mais pedidos, o frango a passarinho (R$ 20 a porção) e o fígado acebolado (R$ 22 a porção).

Al. Cabral, 19, Centro, (41) 9945-2709. De segunda a sexta das 9h às 23h (cozinha até 21h30) aos sábados das 9h às 18h (cozinha até 17h) e domingos e feriados das 9h às 15h30 (cozinha até 14h30).

Bar do Dante

Em cima do balcão, barris transparentes com torneiras atraem o olhar. Em seu interior, pinga misturada com cataia, cataúba, banana, losna, amburana e canela. Os clientes – a maioria homens com mais de 30 – apreciam a bebida, assim como as várias cervejas que a casa oferece, como a tradicional Skol (R$ 6). Dante Luiz Manfron criou o bar em 1991 ao lado do pai, seu Levi. Ele atribui o sucesso da casa e a fama – principalmente no bairro do Juvevê, onde sempre esteve – à qualidade do que é servido. “Tem também o olho do dono, pois sempre estou trabalhando junto”, explica. Entre os inúmeros petiscos servidos pela casa (Dante afirma que nunca nem chegou a contar quantos oferece), destaque para a carne de onça (R$ 7), servida às quintas, e o bolinho de carne (R$ 4/unidade ou R$ 22 a porção com 15 unidades).

Rua Conselheiro Carrão, 194, Juvevê, (41) 3078-4820. De segunda a sexta, das 8h às 14h30 e das 16 à 0h,
e sábado das 8h às 20h.

Bar Palácio

Oficialmente, chama-se Restaurante Palácio. Popularmente, todos o chamam de bar. De fato, no cardápio os petiscos não são muitos, já que o forte da casa fundada em 1930 são os pratos com carnes –  assadas pelos próprios garçons em uma churrasqueira próxima ao caixa. Destaque para o Churrasco Paranaense acompanhado de salada de cebola, farofa e arroz (R$ 27,90). A cerveja de garrafa é uma das bebidas mais pedidas. Entre as opções, a Original custa R$ 7,30. O espanhol José Fráguas Lópes, proprietário do bar, dificilmente é visto por lá. O comando fica por conta do gerente Laurindo Graciano, na função desde 1994. É ele quem tem que lidar com os clientes mais tradicionais, avessos a qualquer mudança. “Quando eu coloquei TV, o pessoal reclamou muito”, comenta. O Palácio também é frequentado por famílias, executivos e jovens na faixa dos 30 anos.

Rua André de Barros, 500, Centro, (41) 3222-3626. De segunda a quinta, das 19h à 1h30. Sexta e sábado até 3h.

*Preços pesquisados em dezembro de 2013, sujeitos a alterações. Valores não contemplam serviço se a taxa é cobrada pela casa.

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