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WELLNESS: Como o ambiente impacta o cérebro e o comportamento das pessoas

Arquitetos e urbanistas têm focado ainda mais no bem-estar com base em pesquisas que comprovam a influência do ambiente na mente humana

A neuroarquitetura tem aberto novas possibilidades para a criação de ambientes que priorizam a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas. Assim, profissionais da arquitetura, urbanismo e do design têm construído espaços que promovem uma experiência positiva e contribuem para uma sociedade mais saudável.

Com base em pesquisas que comprovam a influência do ambiente na mente humana, os especialistas adotam uma abordagem mais focada no wellness. Estudos conduzidos por arquitetos, neurocientistas e psicólogos têm revelado que o ambiente físico exerce um impacto significativo no cérebro e no comportamento das pessoas. Por meio dessas informações, os profissionais conseguem projetar espaços mais eficientes, levando em consideração não apenas questões técnicas e regulamentares, mas também aspectos subjetivos, como emoção, felicidade e bem-estar.

“Ao avançar da neurociência, podemos medir e compreender como formas, cores e escalas influenciam as percepções humanas”, explica a arquiteta e cofundadora da Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura (NEUROARQ® Academy), empresa de educação especializada na formação de profissionais e disseminação da neurociência aplicada à arquitetura, Priscilla Bencke.

A arquiteta destaca que, ao colocar o ser humano no centro do projeto, os arquitetos e urbanistas podem criar ambientes que proporcionam uma experiência positiva para seus usuários. “Essa abordagem estratégica impacta diretamente no bem-estar das pessoas, tornando os espaços mais adequados e adaptados às necessidades individuais”, afirma.

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O diagnóstico dos ambientes desempenha um papel fundamental na fase inicial de qualquer projeto. “Ao humanizar a profissão e priorizar o bem-estar das pessoas, os arquitetos e urbanistas contribuem para uma sociedade mais saudável e com maior qualidade de vida”, analisa Priscilla.

A neurociência aplicada à arquitetura ajuda a explicar que muitos dos sintomas relacionados à saúde mental podem ocorrer devido à influência do ambiente em que as pessoas vivem e trabalham. Gabi Sartori, arquiteta e cofundadora da NEUROARQ® Academy, salienta que a interação com o ambiente e o espaço é essencial para a estruturação do indivíduo e afeta sua saúde de maneira geral. “Ao conscientizar-se do impacto dos ambientes em suas vidas, é possível utilizar o ambiente como instrumento para promover mudanças de comportamento”, pontua.

Para justificar este pensamento, Gabi lembra da teoria do professor canadense Tye Farrow, especialista em arquitetura para a área da saúde, que destaca “que não existe ambiente neutro”. “Os espaços sempre influenciam as pessoas que os ocupam, positiva ou negativamente. Portanto, é importante refletir sobre como os lugares que ocupamos podem interferir na nossa saúde mental e física”, complementa.

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Para a arquiteta, essa abordagem se estende ao ambiente corporativo, onde os espaços de uma empresa têm o poder de influenciar tanto a saúde mental quanto a saúde física dos colaboradores. Através de aspectos como ergonomia, iluminação adequada e interação social, a neurociência aplicada à arquitetura pode melhorar sintomas de ansiedade, depressão e insônia, além de utilizar elementos naturais e técnicas que promovam emoções positivas.

As especialistas concordam que quanto mais os profissionais de arquitetura estudarem e compreenderem para quem estão projetando, considerando as necessidades e sintomas das pessoas, mais poderão criar ambientes que auxiliem na melhoria da saúde mental.

“Os projetos que aplicam a neurociência à arquitetura oferecem benefícios significativos para os clientes, proporcionando soluções personalizadas que impactam positivamente suas emoções e bem-estar”, disse Priscilla.

“Ao mesmo tempo, os arquitetos se beneficiam ao ter um briefing mais preciso, reduzindo revisões e readequações, e a satisfação de entregar projetos que promovem um senso de pertencimento e inclusão”, completa Gabi.

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