Neuroarquitetura para crianças: 6 benefícios para a decoração de quartos para bebês
O design do quarto do bebê desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e bem-estar de um recém-nascido. Por gerar uma série de estímulos, cada elemento será crucial para apresentar a ele as informações que precisa para adequadamente compreender o que ocorre ao seu redor, bem como auxiliar, por meio dos sentidos, a mediar as primeiras interações com o mundo.
Sabendo disso, a neuroarquitetura, área que atua a partir da intersecção entre o design e a neurociência, pode ajudar de forma estratégica os pais a definirem a composição do quarto pensando no que desejam estimular cognitivamente no bebê nos primeiros meses de vida.
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“Além de criar um espaço esteticamente agradável, o neuroarquiteto realiza um estudo aprofundado dos detalhes deste ambiente, considerando fatores neurológicos, biológicos e sensoriais. O que muitos não sabem é que vários elementos-chave devem ser pensados para criar um lugar propício ao crescimento saudável e bom desenvolvimento psico-sensório da criança. Desde a posição do berço, até as cores e a iluminação do ambiente podem interferir na recepção de informações e no sistema cognitivo, por isso, os conceitos apresentados por esta área de atuação devem ser levados em conta na hora de estruturar um projeto”, explica Lorí Crízel, arquiteto e urbanista especialista em neurociências e presidente da ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture) no Brasil.
6 dicas da especialista de como usar a neuroarquitetura para os pequenos
Estímulo visual
O desenvolvimento do sistema visual é fundamental nos primeiros meses de vida. Cores contrastantes e padrões simples, como listras e formas geométricas, podem atrair a atenção do bebê e ajudar a desenvolver a acuidade visual, que diz respeito à capacidade dos olhos de distinguir detalhes espaciais. Incorporar esses elementos nos objetos do quarto, como tapetes e móveis, pode fornecer um estímulo visual eficaz.
Espaço para movimento
Para Lorí, um quarto de bebê deve ter espaço adequado para permitir que a criança explore e desenvolva suas habilidades motoras. Isso inclui áreas para rastejar, rolar e eventualmente andar. A disposição dos móveis deve permitir movimento livre e seguro, incentivando o bebê a explorar aquele espaço.
Zonas de calma e estímulo
É preciso que haja um equilíbrio no quarto do bebê, que deve ser projetado para incluir áreas de estímulo, onde brinquedos coloridos e interativos possam ser facilmente alcançados, bem como zonas de calma, onde a criança possa descansar e relaxar. Isso ajuda a equilibrar a estimulação e evita a sobrecarga sensorial.
Qualidade do ar e temperatura
Uma boa circulação de ar e uma temperatura adequada são essenciais para o conforto e saúde do bebê. A neuroarquitetura considera a ventilação e o controle climático, peças-chave para garantir um ambiente propício para o desenvolvimento físico e cognitivo, já que elas influenciam no nível de energia e disposição para a movimentação do neném.
Sons e vibrações
Os bebês são sensíveis a sons e vibrações desde o nascimento. Sons suaves, como canções de ninar e os chamados “ruídos brancos”, podem criar um ambiente calmante. Além disso, elementos como móbiles musicais ou brinquedos que emitem sons devem permitir uma variação entre sons excitatórios e tranquilos, ajudando a estimular a audição e a resposta sensorial.
Segurança e acessibilidade
A segurança é a base do design do quarto do bebê. Móveis e objetos são posicionados para evitar riscos de movimentação. Além disso, a acessibilidade aos itens que fazem parte da rotina de maneira prática estimula o engajamento do bebê e facilita a memorização do espaço.
“Ao considerar estes elementos, os pais podem criar um espaço que apoie as necessidades físicas e cognitivas do bebê em diferentes momentos da fase de desenvolvimento. O design do quarto do bebê, além de ser agradável para os pais, precisa ser, em primeiro lugar, benéfico para o recém-nascido”, conclui o especialista.