ESTILO ARQUITETURA & DECORAçãO

Conheça as mulheres que fizeram história do mundo da arquitetura

Nesta edição a coluna sobre arquitetura de Marcos Bertoldi convida a arquiteta Dilva Busarello que conta a história das mulheres no meio arquitetônico

Dilva foi minha professora no curso de Arquitetura e Urbanismo. Em um conjunto de professores excepcionais, sua personalidade se descolava e seu brilhantismo foi determinante. Suas falas eram disputadas e colecionadas por todos. Dilva foi uma grande e insuperável mestra e hoje nos entrega um texto sobre as grandes arquitetas dos nossos tempos, finalmente receptivos às mulheres na profissão.

Dilva Busarello assina a coluna de Marcos Bertoldi

“Cursei arquitetura e urbanismo na UFPR e, quando me formei, nos anos 1970, as mulheres eram minoria, menos de 20%. Hoje, há cerca de 143 mil arquitetos registrados no Brasil e destes, mais de 60% são do sexo feminino.

Nestes anos, as mulheres conquistaram mais espaço, reconhecimento e valorização pelos seus projetos e obras. A arquiteta, escritora e educadora Denise Scott Brown, as arquitetas e designers Eileen Gray, Charlotte Perriand, Gae Aulenti, Ray Eames, Anna Maria Niemeyer e Lina Bo Bardi e a arquiteta e paisagista Rosa Grena Kliass tiveram grande destaque e são reconhecidas e admiradas por suas obras.

Lina Bo Bardi, inclusive, continua influenciando gerações de arquitetos no Brasil e no exterior. Lina e Rosa são exemplos de atuação política e social por meio da profissão.

Zaha Hadid, primeira mulher a ganhar um prêmio Pritzker (Nobel da arquitetura), em 2004, e Kazuyo Sejima (Studio Sanaa), ganhadora do Pritzker em 2010, são expoentes da arquitetura contemporânea.

Suas obras são emblemáticas onde quer que sejam construídas, promovendo cidades, instituições e corporações. Poucas arquitetas têm seus nomes registrados na história, mas é grande o número das que estão no mercado de trabalho.

Na contratação dos serviços de um arquiteto, formação, histórico e competência são elementos diferenciais, porém, a justa remuneração ainda é um desafio para as mulheres – o salário das arquitetas é menor que o de seus pares arquitetos –, mesmo com as entidades de classe tentando evitar essa diferenciação.

No Paraná, as arquitetas atuam com competência e profissionalismo nas universidades, ensinando e coordenando cursos, nas instituições públicas, preservando o patrimônio histórico e cultural e participando intensamente do planejamento urbano.

Não menos importante é a atuação na iniciativa privada, projetando edificações, fazendo arquitetura paisagística, interiores, design, urbanismo e dirigindo e coordenando obras. Arquitetura é, enfim, uma profissão fascinante e multidisciplinar, que tem como essência propiciar bem-estar e qualidade de vida para as pessoas.”

*Coluna originalmente publicada na edição 221 da revista TOPVIEW.

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