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A tecnologia pode te matar: consequências do uso de dispositivos digitais

As consequências do uso indiscriminado de telas são um perigo eminente

primeiros integrantes da Geração Z, que incluiu os nascidos entre 1995 e 2010, estão perto de completar 30 anos. São jovens cuja principal característica é ter nascido e crescido na era digital, rodeados por dispositivos digitais e pela internet.

Nesse mesmo ano, o Motorola DynaTAC 8000x, primeiro celular lançado no mundo, completa 50 anos. Foi no início do século XXI, no entanto, que os aparelhos se popularizaram. Ao integrarem funções de computadores e promoverem acesso móvel à internet, eles receberam uma nova nomenclatura. Os smartphones passaram a ocupar cada vez mais espaço nas mãos e mentes da população.

Junto com funcionalidades mais avançadas, conexão mais rápida e estímulos de conteúdo, o tempo de uso dos smartphones aumentou consideravelmente e, nesse sentido, o Brasil se destaca. Segundo dados do Digital 2023: Global Overview Report e do aplicativo Sleep Cycle, analisados pela Eletronics Hub, a média de tempo gasta por brasileiros nos dispositivos é de nove horas e 32 minutos, o que corresponde à metade do dia.

Conteúdo rápido, consequências duradouras

A neurologista Patrícia Coral explica que o excesso de telas tem consequências neurológicas, físicas e psicológicas. “Queremos respostas mais imediatas, não conseguimos nos concentrar e prestar atenção e temos uma falta de paciência constante. Além disso, as redes sociais geram essa falsa sensação de que a vida dos outros é melhor que a nossa, o que leva a quadros depressivos”, explica.
Assistir a um filme de duas horas sem interrupções se torna mais difícil.

Os casos de miopia crescem, pois os olhos se acostumaram a olhar para uma tela a poucos centímetros de distância. A dificuldade de manter a postura e as dores na cervical aparecem por conta da cabeça abaixada. Nos adolescentes, os hormônios sexuais são adiantados junto com a redução de melatonina.

Mesmo com essas consequências negativas, o vício permanece e seu causador tem nome: dopamina. Esse neurotransmissor funciona como mecanismo de recompensa e tem sua produção estimulada por aquilo que nos gera prazer – desde uma atividade física aeróbica até uma notificação em aplicativo. A diferença entre as duas, porém, é que a segunda é muito mais fácil e rápida de conseguir.

Em paz e offline

Não existe outra forma de desconectar se não tomar consciência dessa necessidade, segundo Patrícia. Além de preservar pelo menos sete horas de sono diárias e se afastar das telas pelo menos uma hora antes de dormir, a neurologista recomenda “incluir na rotina atividades que ajudam a minimizar o tempo em contato com o celular”. Praticar atividades físicas e exercitar a meditação são exemplos disso.

Bem morar

Há diversas formas de trazer o bem-estar para o dia a dia. No âmbito da arquitetura, o uso da tecnologia pode resultar em benefícios. Com experiência de 35 anos, o arquiteto, urbanista e paisagista Wilson Pinto já realizou projetos residenciais, em hotéis e espaços turísticos. Entre os mais recentes, o Suryaa Lifestyle Hotel, com o conceito boutique, localizado no Alphaville Graciosa.

“É impossível não usar muita tecnologia nos projetos, pois ela permite extrair, inclusive, o melhor dos recursos naturais disponíveis”. Segundo o profissional, fachadas ventiladas ajudam a regular a temperatura, vidros duplos bloqueiam o som externo, porcelanatos bactericidas contribuem para a saúde e pisos aquecidos garantem conforto térmico. Já projetores e sistemas de som promovem incríveis momentos de lazer.

Lucas Lima, engenheiro e gerente comercial da Livemax, especializada em automação e cinema residencial, explica que dispositivos de ponta, os chamados high-end, são um investimento na saúde. “Diferentes da televisão, projetores têm a luz indireta refletida na tela. Assim, são mais confortáveis para a visão, que não é agredida pela radiação.” Os sistemas de som tecnológicos evitam a distorção harmônica e protegem os ouvidos. Enquanto isso, a automação garante que a casa funcione praticamente sozinha. Nesse caso, o grande ganho é de tempo.

Bem-estar digital em cinco passos

  1. Reduzir o brilho da tela no período da noite;
  2. Ativar o modo sono duas horas antes de dormir;
  3. Determinar o uso de tempo das redes sociais; 
  4. Desativar as notificações de aplicativos menos importantes;
  5. Controlar o tempo de uso diário.

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