ESTILO

Os bartenders curitibanos que estão ganhando o país

por Luciane Horcel

Todas as etapas regionais do Diageo World Class Drinks reuniram 300 competidores. Na semifinal, 23 seguiram até que restaram dez bravos profissionais lutando pelo título de melhor bartender do país em uma quase maratona de bebidas realizada no Sheraton em São Paulo, no fim de junho.

Nessa seleta lista da final, dois nomes de bares de Curitiba figuraram bonito e conquistaram excelentes posições: Igor Bispo, com o 5º lugar, e Diego Bastos, com 4º. Hora de conhecer melhor quem daqui está conquistando o Brasil.

O estiloso que virou referência

A elegância é ímpar. Com a pose que faz jus ao bigode do século 19 e os criativos nós de gravata (que, aliás, são trocadas a cada novo drinque apresentado), Igor Bispo é uma referência de estilo e, claro, de profissional entre os bartenders de Curitiba e do país.

O que poucos sabem é que o respeitado profissional de 36 anos, que há 17 acumula a habilidade para as bebidas e seus sabores, tem formação em processamento de dados, já deu aula de informática básica e é fascinado por história e filosofia. Isso sem falar na paixão por quadrinhos e seriados.

O profissional do Tiger em Curitiba não sabe explicar ao certo porque se destacou no meio, mas basta alguns minutinhos vendo sua destreza, charme e tranquilidade preparando um drinque (mesmo diante de jurados atentos a qualquer deslize) que fica fácil entender que ele está na área certa.

Ao mesmo tempo em que valoriza o lado técnico da ocupação, Igor acredita que o diferencial mesmo está no jeito “anfitrião” do cara do balcão. “Saber que aquele é o primeiro encontro do casal na sua frente, que a moça teve um dia difícil ou que as amigas estão valorizando um dia só delas, pode fazer toda a diferença. Se fosse só técnica, uma máquina poderia fazer o drinque. O importante é acolher aquela pessoa que chega ao bar”, resume.

 A grande aposta da vez

O primeiro emprego foi na recepção de um hotel, mas logo Diego Bastos já estava atrás do balcão entre copos e garrafas e aos 18 anos trabalhava como bartender em bares a bordo de cruzeiros.

Claro que o começo para o paulistano, que já mora há 20 anos em Curitiba e hoje é uma das estrelas do Officina Restô Bar na capital, não foi de muito glamour. Olhando a postura impecável do jovem elegante que surpreendeu os jurados no seu primeiro grande concurso, mal dá para acreditar que para estar ali o jovem teve que carregar muitas caixas pesadas, sacos de gelo e até encarar a limpeza de bares.

Com um gosto especial pelas bebidas amargas e o desejo de torná-las mais apreciadas pelos curitibanos e brasileiros em geral, Diego é um viciado pela própria profissão. Tirando as saídas com a namorada e os programas que fazem a dois, se ele não está no balcão testando algum novo sabor, está grudadinho no computador assistindo a todos os vídeos de coquetelaria que ele puder encontrar.

Considerado uma das boas surpresas do Diageo World Class Drinks (afinal, de cara, ele conquistou o 4º lugar!), o jovem não se vê fazendo outra coisa na vida. A profissão que para ele e tantos outros começou por necessidade e falta de opção, hoje é seu prazer de vida.

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