Drinking the stars! O guia completo de espumantes para iluminar o final de ano
Ao fim de uma corrida árdua, celebrar uma união, fechar um negócio importante, comemorar uma nova conquista: o estampido de uma garrafa de espumante é o som ideal para cada um dos melhores momentos da vida. Produzir um bom espumante, portanto, é mais do que unir a descoberta física à escolha ideal de uvas. É engarrafar memórias! E conhecer os processos que fazem desse vinho o acompanhante das vitórias é essencial para entender os detalhes que o tornam tão mágico!
LEIA TAMBÉM: Garibaldi VG Extra-Brut: estruturado, cremoso e equilibrado
Não tão óbvia
Você sabe a diferença entre espumante e champagne? A resposta não é tão simples quanto parece! A TOPVIEW desvenda as características únicas de cada um deles.
Espumante
Os espumantes, tema central deste caderno especial, são fabricados com a segunda fermentação dos vinhos —, e diferentemente do que muitos pensam, podem também ser feitos a partir de vinhos tintos, rosés e, claro, os brancos — eles têm mais bolhas e produzem gás carbônico natural. São também chamados de Prosecco (na região de Vêneto, na Itália), de Cava (na Espanha), de Asti (na Itália), de Sekt (na Alemanha) e de Cremant (na França).
Champagne
Embora sejam uma descoberta francesa, só podem ser chamados de champagne os espumantes produzidos na região de Champagne, na França. Localizado a 145 km de Paris, o território é o sonho de qualquer amante dos vinhos. Por ali, são produzidos espumantes de primeira qualidade, em padrões estabelecidos por convenções locais e obrigatoriamente fabricados com as uvas Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier. Só seguindo esses regimentos os espumantes de Champagne obtêm o tão estimado título.
Os métodos
A Lei Nº 10.970/2004 esclarece que os espumantes devem passar obrigatoriamente por duas fermentações. De forma geral, a primeira é o resultado da maceração de uma uva fresca e madura, que, fermentada, gera gás carbônico. Diferentemente dos vinhos tranquilos (os tradicionais), a segunda fermentação produz mais gás carbônico e produz as borbulhas (chamadas de “perlage”) tão características desse tipo de vinho! Há dois métodos mais comuns de fermentação. Conheça!
Champenoise
Também chamado de método tradicional, o Champenoise é a maneira mais artesanal de fabricar o espumante. Nele, a segunda fermentação acontece na própria garrafa e as leveduras transformam o açúcar em álcool e gás carbônico. Com a força da gravidade, as leveduras ficam em contato com a garrafa.
E é nesse momento que o processo artesanal acontece: as vinícolas utilizam dois processos, o Rémuage e Degorgemant. O primeiro criado pela Madame Clicquot Ponsardin, conhecida por, Veuve Clicquot, que percebeu a importância de girar as garrafas para as leveduras serem depositadas no bico da garrafa. Em muitas vinícolas, esse processo ainda é feito manualmente e, de tempos em tempos, os funcionários giram ¼ da garrafa para garantir o processo de fermentação e limpeza das leveduras da maneira correta.
Após isso, é feito o processo de Degorgemant, no qual a levedura é removida da garrafa. Até essa etapa, a garrafa está fechada com uma tampa metálica e o espumante está gelado. O bico da garrafa, local em que estão concentradas as leveduras, é congelado. Com o processo, a tampa metálica é removida e a levedura é removida com a pressão.
Nota: esse método produz um vinho mais cremoso e mais fermentado e com toques de pão tostado.
Charmat
Diferentemente do método Champenoise, em que a segunda fermentação é feita na garrafa, no Charmat, esta é realizada em grandes tanques de inox chamadas de “autoclaves”.
Esse método foi desenvolvido em 1895 pelo italiano Federico Martinotti e foi aprimorado em 1907 pelo francês Eugène Charmat. Apegados à tradição, os italianos chamam a modalidade até hoje de “Martinotti”.
Mais ágil e com um custo inferior, o método Charmat permite uma produção maior de espumantes. Além disso, garante o controle total da produção, permitindo que as vinícolas possam gerenciar a temperatura, o nível de gás carbônico liberado e a quantidade final da produção.
Nota: esse método produz um vinho mais jovem e mais leve e com toques de frutas.
As uvas de espumantes
Os vinhos espumantes podem ser produzidos por meio de vinhos tranquilos. E de diferentes uvas, como as tintas e as brancas. Os produtores costumam criar blends para garantir sabores especiais a cada garrafa. No entanto, há duas uvas que lideram a fabricação de espumantes no mundo.
White Queen
Chardonnay
A Chardonnay lidera a produção de vinhos brancos no mundo e também está presente em mais de 80% dos espumantes e blends produzidos no mundo! Ele garante vinhos frescos, frutados e não aromáticos.
Tons Delicados
Pinot Noir
Elegantes, delicadas e raras, as uvas Pinot Noir oferecem surpreendes sensações para quem prova espumantes à base delas. Por ter uma coloração e um sabor mais leve, são constantemente base para espumantes ou usados em blends especiais.
Harmonização
A acidez e a festividade do espumante combinam bem com diferentes pratos.
*Matéria originalmente publicada na edição #282+283 da revista TOPVIEW.