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WOMAN IN TECH: startup curitibana Tech Girls vence prêmio internacional Women in Tech Latam

Startup de equidade digital para mulheres, traz como solução o lixo-eletrônico na educação profissionalizante em TI

A fundadora da startup curitibana Tech Girls, Gisele Lassere, foi a vencedora do Women in Tech Latam Awards, na categoria Best Ally (Melhor Aliada). Em sua 2ª edição, o prêmio é considerado a mais importante condecoração internacional de reconhecimento às mulheres na Tecnologia.

 O objetivo da Women in Tech Latam Awards é promover reconhecimento e  visibilidade global e assim  servir de referência e inspiração para que outras meninas e mulheres entrem na área de STEAM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

Gisele Lasserre, fundadora do Tech Girls (Foto: divulgação)

Gisele acredita que sua história de vida pessoal, foi um dos diferenciais na conquista do prêmio, já que a fundação da empresa que criou em 2017, foi a forma encontrada para solucionar traumas pessoais dos quais passou em sua crise profissional a beira de completar seus 40 anos de idade.

Gisele Lasserre, tem 46 anos e atua como Desenvolvedora de software e anteriormente desenvolveu carreira corporativa por 17 anos  em São Paulo e Canadá. Fundou em 2017, negócio de impacto socioambiental Tech Girls, momento em que fez a migração para a área de TI, já na sua crise profissional de meia idade ( 40 anos). Graduada Tecnologia da Informação (SENAC-SP) e Comunicação (PUC-PR) e especialização em Administração (FGV-SP CEAG) e  pós-graduada em Marketing ( FAE).

“A nossa empresa nasceu de uma dor pessoal numa crise profissional em uma fase de vida que seria muito difícil a minha recolocação, portanto tomei a atitude de me reinventar profissionalmente. Saí de uma área de marketing e fui cursar uma nova faculdade. O curso era Tecnologia da Informação, e descobri que  cursos de bases muito técnica não geravam conexão de interesse entre as mulheres e por isso vivenciamos tanta evasão acadêmica. Logo, eu concluí que neste tipo de formação nem sempre é um ambiente que agrada as mulheres e por isso, comecei a criar um método afetivo de ensino em tecnologia, transformando na reconhecida e inédita metodologia Tech Girls, que alia afeto com aprendizado de software e hardware. Comecei como voluntária pensando em devolver para a sociedade um pouco do conhecimento da área de TI que havia recebido, lecionando aulas em centros comunitários e descobri que nem e-mail essas mulheres não compreendiam e usavam. Nesta fase eu percebi que precisava trabalhar um lado emocional meu, mas poderia unir com o técnico-profissional. E foi durante a  pandemia, e maior dependência da sociedade como um todo com a alfabetização digital, tornou-se de fato um modelo de negócio em educação ”, descreve Gisele, sobre o início de sua trajetória de empreendedora social.

Sobre a Tech Girls 

Desde 2017, a Tech Girls atua na educação de tecnologia da informação e tratamento do lixo-eletrônico com foco em reduzir o déficit de profissionais mulheres na área da TI, para isso atrai e capacita  as comunidades femininas em vulnerabilidade econômica para ocuparem este aquecido mercado de trabalho.

(Foto: divulgação)

A trilha de aprendizado é oferecida de forma presencial e gratuita para a aluna compreendendo 5 módulos de cursos: começando com arte lixo-eletrônico, empreendedorismo digital, manutenção de notebook, Lógica de programação e finalizando com Desenvolvimento de Software. Através da metodologia própria Tech Girls de educação afetiva de ensino de tecnologia, já foram impactadas a vida de mais de 630 mulheres e já foram destinados 480 notebooks às alunas que passaram pela formação profissionalizante no projeto.

Mercado Aquecido

A inclusão digital impacta positivamente centenas de famílias e comunidades, proporcionando a inserção profissional num mercado em expansão. Além disso, a possibilidade do trabalho remoto – adotado em boa parte das empresas de tecnologia –permite às mulheres conciliar a vida profissional e a criação dos filhos.  

(Foto: divulgação)

O mercado de TI é um dos que mais cresce no país e a mão de obra qualificada é escassa. De acordo com um estudo de 2021 da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), até 2025 o mercado brasileiro de tecnologia terá ofertado 797 mil vagas, e o número de profissionais capacitados ficará abaixo da demanda. O déficit, em cinco anos, deverá ser de 530 mil vagas.

Fundadora sentiu a dor na própria pele

“A Tech Girls  nasceu de uma dor pessoal numa crise profissional em uma fase de vida que seria muito difícil a minha recolocação, afinal já estava próxima a completar 40 anos de idade, portanto tomei a atitude de me reinventar profissionalmente. Saí de uma área de marketing e fui cursar uma nova faculdade. O curso era Tecnologia da Informação, e descobri que  cursos de bases muito técnicas não geravam conexão de interesse entre as mulheres e por isso vivenciamos tanta evasão acadêmica e desinteresse do público feminino. Assim que percebi que neste tipo de formação nem sempre é um ambiente que agrada as mulheres e por isso, desenvolvi  um método afetivo de ensino em tecnologia, transformando na reconhecida e inédita metodologia Tech Girls, que alia afeto com aprendizado de software e hardware”, descreve Gisele Lasserre, sobre o início de sua trajetória de empreendedora social frente ao Tech Girls.

Com isso, resolveu aplicar a metodologia criada como  voluntária em Associações de Bairro e Centro Comunitário ensinando tecnologia para mulheres, sem grandes pretensões, porém despertou interesse de empresas da região, abrindo-se uma oportunidade de se  posicionar como uma solução em ESGTech.

(Foto: divulgação)

O propósito da Tech Girls é ensinar programação de software para mulheres em vulnerabilidade econômica,  através da reciclagem de computadores recuperados, que chegam ao projeto através de doações de equipamentos em fase final de vida útil. 

Desta forma promove de forma prática  a inclusão de grupos minorizados e a diversidade no universo tech, reforçando o conceito do greeIT ( re-uso de computadores obsoletos). Contando com 5 escolas próprias em Curitiba, São Paulo, Taubaté, Florianópolis e Joinville, sendo que em 2023 lançou também  seu formato de negócio em Franquia Social ( ESGTech) como plano de acelerar sua expansão nacional. 

Nova vida para alunas e para os eletrônicos encostados

Gisele explica que o lixo-eletrônico entrou no mesmo momento da construção da metodologia. Precisávamos de computadores e os lixos eletrônicos, acabaram virando matéria prima para elas desenvolverem na oficina de bijuteria também, assim como também montar os laboratórios de informática nas comunidades da periferia.

(Foto: divulgação)

Já ouvi relatos de alunas que ao chegarem ao curso, se comparando às um lixo-eletrônico e ao final da formação, quando todas recebem os seus computadores consertados, essas mulheres se sentem transformadas, pois  começam a perceber uma nova fase de vida conquistada por elas mesmas, e pronta para desbravarem seus novos caminhos profissionais, mas agora com uma formação, experiência prática e empoderadas. Por isso, o lixo eletrônico tem um papel figurativo e elas se descobrem como agentes de mudança, comenta Gisele.

Outros prêmios e reconhecimentos conquistados

Gisele segue agora para a cerimônia que ocorre em novembro próximo em Dubai, Emirados Árabes, onde estarão reunidas as finalistas de demais continentes. 

 Tech Girls anteriormente já  foi selecionada pela empresa de tecnologia  HP, para realizar conexão com comunidades latino-americanas de equidade digital  Já em 2021, foi escolhida em 2021 pela Prefeitura de Curitiba, como Empreendedora Curitibana, na categoria impacto socioambiental pela relevante promoção do empoderamento econômico de mulheres.

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