SELF

Com muito prazer, taxista

Com a generosidade e o respeito dos colegas, Rosineia encontrou satisfação e equilíbrio após assumir a função

Taxista há 18 anos, Rosineia da Silva Grilo me recebeu em seu carro em um dia quente em Curitiba. A voz tranquila e o jeito sorridente entregam a razão pela qual ela foi eleita pelos colegas para ocupar o cargo de tesoureira na Radio Táxi Capital duas vezes, apesar de preferir as ruas.

Mesmo com o marido taxista, Rosineia não tinha uma boa percepção da profissão. Porém, ao assumir a função, surpreendeu-se com a aceitação dos colegas, dos quais, hoje, conquistou respeito e admiração pelo seu trabalho. Apesar de ser uma das poucas mulheres na Radio Táxi Capital, ela encontrou “pessoas muito educadas, que me acolheram de uma maneira que eu não imaginava”, lembra.

Hoje, mais que colegas de trabalho, a união na empresa trouxe amigos. Rosineia contou com a generosidade dos colegas, por exemplo, quando ainda não estava adaptada à rotina e às ruas da cidade. “Ainda usávamos mapa de papel, então eles me indicavam os caminhos mais fáceis.” Por isso, foi com otimismo que ela encarou a chegada dos aplicativos com GPS. “A tecnologia só somou”, assegura.

Passageiros

Mesmo convivendo com passageiros tão diferentes e conversando sobre tantos assuntos, algumas corridas se tornam fortes lembranças para a taxista. Em uma manhã, Rosineia levou duas passageiras de que nunca esqueceria.

Uma senhora e uma enfermeira saíram de um hospital em direção a uma casa de repouso. Sem familiares por perto e aos prantos, a senhora gostaria que a corrida tivesse outro destino – e Rosineia também.

“O táxi me deu o direito de exercer a função de mãe.”

Apesar das histórias tristes, a motorista também se diverte, principalmente aos finais de semana, levando para casa os passageiros que festejaram a noite toda. Boas práticas Rosineia conta com algumas regras que ajudam a driblar o medo das ruas, seu principal adversário: seu carro nunca teve os vidros escurecidos, ela mantém sempre as portas travadas e o olhar observador, busca não iniciar corridas fora do aplicativo da Rádio Táxi e não trabalha durante a noite.

Mesmo com a insegurança no início, Rosineia descobriu sua maior satisfação no trabalho. “O táxi me deu o direito de exercer a função de mãe”, confessa, pois o horário fl exível permitiu que ela ficasse mais com os filhos, que, com 4 e 11 anos, precisavam de atenção em diferentes horários. Os filhos cresceram e, hoje, Rosineia controla melhor sua agenda: trabalha das 6h às 17h.

Mesmo com a incerteza em relação ao futuro da profissão, ela não pensa em desistir. “Eu gosto muito disso, é muito prazeroso. A gente aprende muito no dia a dia, porque nunca cai na rotina”, avalia. 

Táxi Capital

R. Dr. Estevam Ribeiro de Souza Netto, 1.077, Cajuru
Tel.: (41) 3264-6464 | 0800 41 7070 | 9 9165-2525
radiotaxicapital.com.br
@radiotaxicapital

*Coluna originalmente publicada na edição 230 da revista TOPVIEW.

Deixe um comentário