SELF SUSTENTABILIDADE

O planeta vai acabar! Especialista alerta para as consequências das rápidas mudanças climáticas

Fique em silêncio e ouça o tique-taque do relógio que cronometra o fim do mundo...

Onde você gostaria de estar daqui a 365 dias? Independentemente de suas metas pessoais, há algo que você precisa saber: o planeta espera a sua contribuição para a redução das emissões de CO2!

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É isso mesmo: conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2022, o mundo tem até 2025 para impedir uma catástrofe climática.

O tom alarmista é necessário, uma vez que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mudanças climáticas (que incluem ondas de calor e chuvas excessivas) serão responsáveis por mais de 250 mil mortes entre 2030 e 2050. Ou seja, em seis anos, os humanos já estarão sentindo os primeiros efeitos graves do ritmo acelerado do aquecimento global.

A OMS defende, inclusive, que as mudanças climáticas são a maior ameaça à saúde da humanidade. E que podem, além das mortes, causar danos permanentes à respiração, à pele e, até mesmo, à saúde mental — afetando, principalmente, mulheres, crianças e moradores de países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

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O arquiteto, urbanista, mestre e doutor em Gestão Urbana, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e coordenador do ClimateLabs na PUCPR – programa da União Europeia para mitigação da crise climática, André Turbay, analisa que as populações mais vulneráveis têm uma maior dificuldade em poder reagir rapidamente aos efeitos das mudanças climáticas. Isso porque os recursos hídricos, energéticos, estruturais e de conforto são mais escassos para esse segmento populacional.

Injustiça climática

“A mudança climática expõe a desigualdade”, afirma Turbay, que mostra existir uma certa ironia em como as mudanças climáticas afetam as populações com recursos financeiros limitados. Isso porque as populações e as nações mais ricas incentivam o consumo, dificilmente escolhem meios de transporte sustentáveis e coletivos e exploram os recursos naturais do planeta com pouca preocupação.

Em contraponto, a população que ganha até um salário mínimo (R$ 1.749,02 no Paraná, de acordo com dados do Governo do Estado) é a que consome menos e frequentemente usa ônibus ou bicicleta para se locomover. “E todos respiram o mesmo ar…”, evidencia o arquiteto.

Com isso, essas pessoas estão mais suscetíveis às doenças já citadas. E também a problemas como leptospirose, fungos e dengue, além do sofrimento com enchentes, cortes de água e falta de energia elétrica.

“A mudança climática expõe a desigualdade.” — André Turbay

O fim de uma Nação

Tuvalu, um pequeno país na Oceania, tem 11 mil habitantes. E, em breve, deixará de existir fisicamente. No fim de 2023, a nação anunciou que o território de 26 km² deve ser totalmente inundado nas próximas décadas — em virtude do derretimento das calotas polares. Os moradores devem ser direcionados como refugiados climáticos para a Austrália. E, agora, lutam para serem reconhecidos como a primeira nação digital do mundo.

Na última semana de dezembro de 2023, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa) emitiu um comunicado sobre o futuro do Ártico. De acordo com o documento, a região sofre com o aquecimento de maneira mais voraz do que outras partes do mundo.

O ano passado foi o sexto ano mais quente da história da região. E isso impacta em crescimento das inundações (como o caso de Tuvalu), redução da capacidade hídrica potável do mundo e complicação no desenvolvimento de animais e plantas. Durante a divulgação do documento, Rick Spinrad, administrador da Noaa, alertou: “a mensagem primordial do boletim deste ano é que a hora de agir é agora.”

5 exercícios para minimizar o impacto climático

  1. Redescobrir o closet antes de fazer novas compras de roupas, acessórios e sapatos
  2. Escolher um dia da semana para usar meios de transportes sustentáveis (como bicicletas)
  3. Buscar por pratos sem carne uma vez por semana
  4. Conversar com os coletores de lixo informais para descobrir as melhores maneiras de separar os resíduos
  5. Parar, olhar e escutar as demandas sustentáveis da cidade sempre que possível

*Matéria originalmente publicada na edição #284 da revista TOPVIEW.

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